A interseccionalidade de pessoas com deficiência na moda inclusiva
DOI:
https://doi.org/10.5965/1982615x18452025e0013Palavras-chave:
design, estudos sobre deficiência, subjetividadeResumo
O campo de estudos sobre deficiência, que parte da perspectiva das próprias pessoas com deficiência para debater sua inclusão social, recentemente tem reconhecido a importância da interseccionalidade na construção da subjetividade de pessoas com deficiência. Assim, partindo-se do pressuposto de que considerar a interseccionalidade e a subjetividade de pessoas com deficiência é fundamental para que se promova plena inclusão social, este artigo visa investigar como a subjetividade e a interseccionalidade de pessoas com deficiência têm sido abordadas em publicações brasileiras sobre moda inclusiva. A partir de revisão integrativa da literatura, conduzida em periódicos brasileiros de moda e design, este artigo investiga aspectos utilizados para analisar e descrever o público de pessoas com deficiência e como as funções práticas e as estético-simbólicas são equilibradas na pesquisa sobre moda inclusiva. Constata-se que, no cenário brasileiro, a maioria da produção científica sobre moda inclusiva delimita seu público a partir do marcador da deficiência, enfatizando funções práticas relacionadas à acessibilidade, sem considerar a interseccionalidade e a subjetividade das pessoas com deficiência. Alguns artigos, contudo, apresentam considerações relacionadas ao uso da moda para a promoção de autoestima de pessoas com deficiência, reforçando a necessidade de compreender de maneira ampla esse público e de considerar as funções estético-simbólicas para promover inclusão social plena no âmbito da moda.
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