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Ensino de Moda no Brasil: desafios e possibilidades
- Submissões: julho a dezembro de 2025
- Publicação: julho de 2026
Organizadoras:
Dra. Ana Cleia Christovam Hoffman (Universidade Feevale – Novo Hamburgo/RS) Lattes
Dra. Maria de Fátima Mattos (Centro Universitário Moura Lacerda - Ribeirão Preto/SP) Lattes
Dra. Rosane Muniz Rocha (Faculdade de Belas Artes de São Paulo – Febasp) Lattes
A relevância do estudo de Moda no Brasil é multifacetada e reflete sua importância crescente como campo acadêmico e profissional. Desde a década de 1990, mudanças significativas ocorreram, impulsionando a legitimação da Moda como um campo para a análise de discursos artísticos, culturais, econômicos e políticos. No entanto, há ainda muitos desafios enfrentados no ensino de Moda no Brasil, tais como a escassez de acervos e museus, o ensino à distância, a inclusão de atividades de extensão nos currículos dos cursos. Mas tal cenário também apresenta oportunidades únicas devido à diversidade cultural do país. Estudos acadêmicos evidenciam notáveis contribuições para a construção de novos olhares ao ensino de Moda e ao próprio sistema da Moda, que por sua vez dialoga com cultura, sociedade e economia.
Além disso, a sustentabilidade e a economia circular se tornaram temas centrais no ensino de Moda, refletindo a transição para um comportamento de consumo mais eco-friendly. Cursos de Moda têm cada vez mais se ocupado de inserir premissas sustentáveis e de economia circular na formação dos alunos, buscando prepará-los para uma atuação mais alinhada a mercados inovadores e nichos diferenciados. Assim, percebe-se escolas técnicas e universidades voltadas para formação de profissionais de moda mais conscientes, comprometidos com práticas sustentáveis que valorizam a diversidade cultural no mundo de trabalho, de mercado. Isto permite renovar os profissionais de moda, a partir dos desafios do mundo contemporâneo.
O ensino de Moda tem buscado se reinventar frente aos desafios da atualidade, a partir das suas práticas pedagógicas, suas reformas curriculares e novas aproximações diante das grandes transformações socioculturais e tecnológicas acerca do nosso tempo. Portanto, o estudo de Moda no Brasil é relevante não apenas para a formação de profissionais qualificados, mas também para o desenvolvimento de uma indústria de moda mais ética, consciente e responsável.
Este dossiê deseja reunir pesquisas, discussões e forças que impulsionam o complexo diálogo transversal no ensino de Moda. Serão bem-vindas pesquisas sobre:
- Estudos decoloniais e perspectivas no ensino de Moda;
- Práticas, experiências e metodologias de ensino no campo da Moda;
- Modos de ensinar, maneiras de aprender na Moda;
- Estudos sobre currículos de Moda no Brasil e no mundo;
- Os desafios da curricularização da extensão a partir da Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de 2018;
- O ensino à distância e seus impactos no campo da Moda;
- O uso de novas tecnologias no ensino de Moda e campos afins;
- O mercado de moda e suas abordagens/aproximações junto a projetos em universidades;
- Responsabilidade política e socioambiental nas práticas do ensino de Moda;
- Moda e interdisciplinaridade;
- Moda como representação identitária no contexto do ensino;
- Gestão e inovação no ensino de Moda.
Referências:
BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987, p. 223.
BORGES, Luiz C.; GODIM, Lourdes. O saber do mito: Conhecimento e inventividade indígenas. Rio de Janeiro: Editora Teatral, 2003.
GOFFMAN, Erving. A representação do eu na vida cotidiana. (1959). Petrópolis: Vozes, 2014.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
GWILT, Alison. Moda Sustentável. São Paulo: GG Brasil, 2015.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
MANZINI, Ezio. Design para inovação social e sustentabilidade: comunidades criativas, organizações colaborativas e novas redes projetuais. Rio de Janeiro: E-papers, 2008.
MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido pelo retrato do colonizador. 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977.
MICHETTI, Miqueli. Moda brasileira e mundialização. São Paulo: Annablume/FAPESP, 2015.
PRECIOSA, Rosane. Rumores discretos da subjetividade: sujeito e escritura em processo. Editora UFRGS: Porto Alegre, 2010.
RUFINO, Luiz. Pedagogias da encruzilhada. Mórula: Rio de Janeiro, 2019.
SALCEDO, Elena. Moda ética para um futuro sustentável. São Paulo: GG Brasil, 2014.
SANCHES, Maria Celeste de Fátima. Moda e projeto: estratégias metodológicas em design. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2017.
SANTOS, Antônio Bispo dos. Colonização, quilombos: modos e significados. Brasília: Claridade, INCTI/UnB, 2015.
SEIVEWRIGHT, Simon. Pesquisa e design – 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
TREPTOW, Doris. Inventando moda: planejamento de coleção. Doris Treptow –5 ed. São Paulo: Edição da autora, 2013.
WILLIAM, Rodney. Apropriação cultural. São Paulo: Pólen, 2019.
VERGUEIRO, Viviane. Sou travestis: estudando a cisgeneridade como uma possibilidade decolonial. Brasília: padê editorial, 2018.
VIDAL, Julia (organizadora). Cosmovisões X Moda: Qual é a sua tendência? Contribuições e proposições para uma moda étnica e ética. Rio de Janeiro: Editora Universidade Indígena, 2020.
ZORDAN, Paola Basso Menna Barreto Gomes; HOFFMANN, Ana Cleia Christovam. Artes de si no magistério: o Dândi educador. ETD - Educação Temática Digital, Campinas, SP, v. 21, n. 2, p. 530–545, 2019.
