A História Negra nos Estados Unidos e no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5965/2175180317452025e0103Palabras clave:
história, população negra, black studies, relações raciais, raçaResumen
A História Negra, como campo de estudo e pesquisa, surgiu nos Estados Unidos na segunda metade no século XIX, ganhando reconhecimento no século posterior. Já, no Brasil, a historiografia sobre a experiência negra tem avançado desde o século XX, configurando um cabedal intelectual que atende às demandas do contexto e dialoga com a produção estrangeira. Este artigo tem a finalidade de reportar e analisar o nascimento e consolidação da História Negra nos Estados Unidos. Em um segundo momento será discutido como, no Brasil, a escrita da história tem abordado a experiência negra no período da escravidão e da pós-Abolição, para daí indagar se o Brasil formulou prescrições de uma História Negra. Em caso positivo, saber se a nacional se assemelha a do paradigma estadunidense.
Descargas
Citas
ABREU, Martha; MATTOS, Hebe. Em torno das “Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana”: uma conversa com historiadores”. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 21, n. 41, p. 5-20, jan./jun. 2008.
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. África, números do tráfico atlântico. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Flávio dos Santos (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. p. 57-63.
ALVES, Iracélli da Cruz; PEREIRA, Bethânia Santos. Nossas histórias contadas por nós: Rede HN, história pública e antirracismo. In: PRIORI, Claudia; ALVES, Iracélli da Cruz (orgs.). História pública, direitos humanos e diversidade: práticas e experiências. Curitiba: CRV, 2025. p. 97-114.
ANDREWS, George Reid. Negros e brancos em São Paulo (1888-1988). Bauru: EDUSC,1998.
BALDWIN, James. A talk to teachers. In: ZINN EDUCATION PROJECT, [s. l.], 16 Oct. 1963. Disponível em https://www.zinnedproject.org/materials/baldwin-talk-to-teachers. Acesso em: 10 jan. 2025.
BUFFINTON, Arthur Howland. [Carta de A. H. Buffinton, professor de História no Williams College]. The Journal of African History, [s. l.], v. 1, n. 2, p. 229, jan. 1916.
BUTLER, Kim D. Freedoms given, freedoms won: afro-brazilians in post-abolition São Paulo and Salvador. New Brunswick: Rutgers University Press, 1998.
BUTLER, Kim D. From black history to diasporan history: Brazilian abolition in Afro-Atlantic context. African Studies Review, [s. l.], v. 43, n. 1, p. 129-139, 2000.
CHESNEAUX, JEAN. Devemos fazer tábula rasa do passado? sobre história e historiadores. São Paulo: Ática, 1995.
COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thought: knowledge, consciousness, and the politics of empowerment. Boston: Unwin Hyman, 1990.
DOMINGUES, Petrônio. A lei 10.639/03 e o ensino de história e cultura afro-brasileira. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 55, e11162, 2025. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1980531411162. Acesso em: 14 jan. 2025.
FERNANDES, Florestan. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: FFLCH/USP, 1964. 2 v.
FONER, Eric. Who owns history? rethinking the past in a changing world. New York: Hill and Wang, 2003.
FORD, Gerald R. Message on the observance of black history month, February 1976. In: PETERS, Gerhard; WOOLLEY, John T. The American Presidency Project. [s. l.], c2025. Disponível em: https://www.presidency.ucsb.edu/node/242460. Acesso em: 10 jan. 2025.
FRAGA FILHO, Walter. Encruzilhadas da liberdade: histórias de escravos e libertos na Bahia (1870-1910). Campinas: Editora da Unicamp, 2006.
FRANKLIN, John Hope. Raça e história: ensaios selecionados (1938-1988). Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
FREDRICKSON, George M. Race and racism in historical perspective: comparing the United States, South Africa, and Brazil. In: FREDRICKSON, George M. Diverse nations: explorations in the history of racial and ethnic pluralism. Boulder, CO: Paradigm Publishers, 2008. p. 137-158.
GOGGIN, Jacqueline. Carter G. Woodson: a life in black history. Baton Rouge: LSU Press, 1997.
GOLDENBERG, David M. The curse of ham: race and slavery in early Judaism, Christianity, and Islam. Princeton: Princeton University Press, 2003.
GOMES, Flávio dos Santos; DOMINGUES, Petrônio. Da nitidez e invisibilidade: legados do pós-emancipação no Brasil. Belo Horizonte: Fino Traço, 2013.
GOMES, Nilma. Intelectuais negros e produção do conhecimento: algumas reflexões sobre a realidade brasileira. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (org.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 492-516.
GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1978.
GRIN, Monica. Raça”: debate público no Brasil (1997-2007). Rio de Janeiro: Mauad, 2010, p. 109-125.
HARNEY, Stefano; MOTEN, Fred. The undercommons: fugitive planning and black study. New York: Minor Compositions, 2013.
HARTMAN, Saidiya. V. Vênus em dois atos. In: BARZAGHI, Clara; PATERNIANI, Stella; ARIAS, Aandré. Pensamento negro radical: antologia de ensaios. São Paulo: Crocodilo: n-1 edições, 2021. p. 105-129.
HARTMAN, Saidiya. Cenas da sujeição: terror, escravidão e criação de si na América do século 19. São Paulo: Fósforo, 2025.
HERTZMAN, Marc A. After Palmares: diaspora, inheritance, and the afterlives of Zumbi. Durham: Duke University Press, 2024.
HISTORICAL News. The American Historical Review, [s. l.], v. 21, n. 3, p. 640-685, 1916. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/1835044. Acesso em: 2 abr. 2025.
HOLTON, Woody. Chilling affects: the far right takes aim at black history. American Historical Review, [s. l.], v. 129, n. 1, p. 199-216, Mar. 2024.
IBGE. Censo demográfico 2022: identificação étnico-racial da população, por sexo e idade. [s. l.: s. n.], 2022. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/media/com_mediaibge/arquivos/13ee0337cffc1de37bf0cd4da3988e1f.pdf. Acesso em: 14 jan. 2025.
JONES, Brian. Black history is for everyone. Chicago: Haymarket Books, 2025.
JONES, Jones, Daniel; SHMICK, Ethan. Reconstruction-era education and long-run black-white inequality. [S. l.]: Elsevier, 2022. E-book. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=4165983. Acesso em: 14 jan. 2025.
KELLEY, Robin D. G. But a local phase of a world problem: black history's global vision, 1883–1950. Journal of American History, [s. l.], v. 86, n. 3, p. 1045-1077, 1999.
KING, Lagarrett J. The status of black history in U.S. schools and society. Social Education, [s. l.], v. 81, n. 1, p. 14-18, 2017.
KING, LaGarrett J. Black history is not American history: toward a framework of black historical consciousness. Social Education, [s. l.], v. 84, n. 6, p. 335-341, 2020.
MACHADO, Maria Helena P. T. Crime e escravidão: trabalho, luta e resistência nas lavouras paulistas, 1830-1888. São Paulo: Brasiliense, 1987.
MATTOS DE CASTRO, Hebe Maria. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no Sudeste escravista – Brasil, século XIX. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1995.
MOURA, Clóvis. As injustiças de clio: o negro na historiografia brasileira. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1990.
NASCIMENTO, Beatriz. Por uma história do homem negro. Revista de Cultura Vozes, [s. l.], v. 68, n. 1, p. 41-45, 1974a.
NASCIMENTO, Beatriz. Negro e racismo. Revista de Cultura Vozes, [s. l.], v. 68, n. 7, p. 65-68, 1974b.
NASCIMENTO, Maria Beatriz. Beatriz Nascimento, quilombola e intelectual: possibilidade nos dias de destruição. São Paulo: Editora Filhos da África, 2018.
NELL, William Cooper. The colored patriots of the American Revolution, with sketches of several distinguished colored persons to which is added a brief survey of the condition and prospects of colored Americans. Boston: Robert Walcott, 1855. [S. l.]: Documenting the American South, 1999. E-book. Disponível em: https://docsouth.unc.edu/neh/nell/nell.html. Acesso em: 10 jan. 2025.
PASCHEL, Tianna S. Becoming black political subjects: movements and ethno-racial rights in Colombia and Brazil. New Jersey: Princeton University Press, 2016.
PATTERSON, Orlando. Rethinking black history. Harvard Educational Review, [s. l.], v. 41, n. 3, p. 297-315, 1971.
PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. Contexto: São Paulo, 2007.
RAY, Victor. On critical race theory: why it matters and why you should care. New York: Random House, 2023.
SCOTT, Daryn. The origins of Black History Month. [S. l.]: ASALH, c2025. Disponível em: https://asalh.org/about-us/origins-of-black-history-month/. Acesso em: 10 jan. 2025.
TEDENEKE, Alem. Black history month: what is it and why is it important? World Economic Forum, [s. l.], Feb 7, 2024. Disponível em: https://www.weforum.org/stories/2024/02/black-history-month-what-is-it-and-why-do-we-need-it/. Acesso em: 2 jan. 2025.
TELLES, Edward. Racismo à brasileira: uma nova perspectiva sociológica. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Ford, 2003.
THOMPSON, Edward Palmer. A história vista de baixo. In: THOMPSON, Edward Palmer. As peculiaridades dos ingleses e outros artigos. São Paulo: UNICAMP, 2001. p. 185-201.
XAVIER, Regina Célia Lima. A conquista da liberdade: libertos em Campinas na segunda metade do século XIX. Campinas: CMU/UNICAMP, 1996.
WALKER, Clarence E. Deromanticizing black history: critical essays and reappraisals. Knoxville, TN: University of Tennessee Press, 1991.
WILLIAM, George Washington. History of the negro race in America from 1619 a 1880: negroes as slaves, as soldiers, as citizens. New York: G.P. Putnam’s Sons, 1882.
WOODSON, Carter (ed.).Negro history week. The Journal of Negro History, [s. l.], v. 11, n. 2, p. 238-242, 1926. Disponível em: https://doi.org/10.2307/2714171. Acesso em: 8 jan. 2025.
WOODSON, Carter (ed.). How the public received The Journal of Negro History. The Journal of African History, [s. l.], v. 1, n. 2, p. 231, jan. 1916a.
WOODSON, Carter. The mis-education of the negro. Chicago: African American Images, 2000.
WRIGHT, William D. Critical reflections on black history. Westport, CT: Praeger, 2002.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Revista Tempo e Argumento

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
Os artigos cujos autores são identificados representam a expressão do ponto de vista de seus autores e não a posição oficial da Tempo e Argumento.


