Pode uma mulher negra existir? Histórias para gente disposta

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/24471267732021082

Palavras-chave:

Escrevivência, Arte Educação, Relações Étnico Raciais, Cruzo

Resumo

Propomos com este artigo apresentar a costura das narrativas de três mulheres, professoras/educadoras e suas produções de presenças enquanto corpos femininos negros educadores. São relatos que cavam memórias e trazem a urgência em existir e levar este encantamento para suas práticas pedagógicas atravessados pelos cinco sentidos. Histórias estas que se cruzam e podem ser lidas/vividas em vários territórios do nosso país, dentro de qualquer escola, em especial as públicas, onde ainda se concentram corpos à margem dos lugares ditos como de poder. Estas vivências  se cruzam em questões singulares: de que forma corpos negros são vistos em espaços, dito educadores? Como esses corpos territórios criam epistemes a partir de suas vivências e dos encontros? Há espaço para estes encontros na educação? Percorremos nossas travessias acerca das descobertas das pesquisas de mestrado e cruzando nossas histórias pessoais e motivações que nos impulsionam a ainda seguir pela educação, criamos um diálogo com as reflexões e posicionamentos embasadas principalmente pelas teorias de Grada Kilomba, bell hooks e Nilma Lino Gomes, pesquisadoras que também trazem ensinamentos a partir de suas vivências para teorizar e praticar ações antirracistas em espaços de educação formal e não-formal unindo a escrevivência de Conceição Evaristo como lugar fértil de encontro de iguais, entendimento e sistematização de saberes pessoais e coletivos.

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Biografia do Autor

Raquel Santos, UNESP

Mestranda em Processos Artísticos, experiências educacionais e mediação cultural pelo Instituto de Artes da Unesp. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6692646230314196. E-mail: raquel.s.santos@unesp.br.

Janaina Farias de Souza Ferreira, UNESP

Mestranda do PROFARTES no Instituto de Artes da Unesp com orientação da Profª Drª Rejane Galvão Coutinho. Possui Licenciatura Plena em Educação Artística com habilitação em Artes Plásticas também pelo Instituto de Artes da UNESP (2002), graduação em Pedagogia pela Universidade Bandeirantes de São Paulo(2006), pós-graduada em Educação da pessoa com deficiência da Audiocomunicação pela FMU (2005). Atualmente é professora titular de Arte da Prefeitura Municipal de Osasco. Envolvida com a busca da qualidade de ensino na educação pública desde 2003, desenvolve metodologias no ensino de Arte que sejam inovadoras, motivadoras e reflexivas sobretudo com práticas decolonais. Continua na busca da qualificação para aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e assim estar presente onde mais necessitamos de uma educação de qualidade.

Vânia Santos, UNESP

Mestranda em Arte Educação pelo Instituto de Artes UNESP. Possui graduação em Licenciatura Plena em Dança pela Faculdade Paulista de Artes (2013). Atua como educadora de dança afro brasileira desde 2010. Criadora intérprete no Núcleo Vênus Negra desde 2013. Professora de Arte na Rede Pública Estadual na cidade de Osasco desde 2013, atuando também como professora Interlocutora do ERER (Educação para as Relações Étnico-Raciais) de 2015 a 2019. Professora responsável pela edição da Revista Empoderar - Revista sem fins lucrativos realizada pela comunidade da E.E. Professor Newton Espírito Santo Ayres, atendendo a discussão e ações para a Educação para as Relações Étnico-Raciais. A Revista conta com três edições publicadas e a quarta edição está em fase de organização. Em 2019 assumiu a função de coordenadora pedagógica de ensino fundamental também na E.E. Professor Newton Espírito Santo Ayres. 

Referências

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Publicado

2022-03-08

Como Citar

SANTOS, Raquel; FERREIRA, Janaina Farias de Souza; SILVA, Gilvânia Santos. Pode uma mulher negra existir? Histórias para gente disposta. Revista Apotheke, Florianópolis, v. 7, n. 3, 2022. DOI: 10.5965/24471267732021082. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/apotheke/article/view/21124. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

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Artigos Seção temática