Chamada de Artigos para o Dossiê Temático Experiências dissidentes no ensino de artes visuais

2022-11-14

Volume 2 – 2023 (agosto)

Tema: Experiências dissidentes no ensino de artes visuais

 

Aqueles que compreendem o poder da voz como um gesto de rebelião e resistência

incitam o explorado – o oprimido – a falar.

Bell Hooks – Erguer a voz.

O saber dissidente é descolonizador, desidentificador e desbinarizador (PRECIADO, 2022). Este volume da Revista Apotheke pretende construir um diálogo com artistas professores/as pesquisadores/as sobre as ressonâncias das imagens e das práticas artísticas dissidentes no ensino das artes visuais.

Desejamos, provocados por Bell Hooks, gestar um ato de rebelião e resistência. Erguer as nossas vozes aliadas as desobediências epistêmicas presentes nas práticas artísticas e nas imagens das/os artistas dissidentes, é uma maneira de subverter e atravessar as fronteiras entre as lógicas binárias e de um saber imposto hegemônico colonial e heteropatriarcal. Projetar outras possibilidades para a constituição de saberes, outros que não apenas rejeitem as linguagens hegemônicas, mas as interroguem, é o desafio para uma experiência singular acerca das dissidências no ensino de artes visuais.

Práticas artísticas dissidentes são aquelas que “rasgam” ao meio todos os tratados colonizantes das artes. São práticas que denunciam as políticas genocidas e epistêmicas, ao mesmo tempo que anunciam sobre as experiências de pessoas dissidentes sexuais e de gênero, pretos/as, povos originários e mulheres. Expondo que este projeto de um sistema-mundo capitalista, patriarcal, ocidental, cristão, moderno e colonialista (GROSFOGUEL, 2011), produz violências que objetivam exterminar os corpos e as corpas que resistem a essa lógica.

Nesta perspectiva, convidamos pesquisadoras/es, docentes e artistas de todo o país e do exterior a proporem textos derivados de pesquisas concluídas ou em andamento, e cujos trabalhos possam articular, de forma transdisciplinar, algumas das questões apresentadas pelas imagens ou práticas artísticas dissidentes. Como construir uma outra forma de pensar/saber sobre como resistir diante dessas construções que dessacralizam nossas existências de uma lógica binária, cristã, patriarcal, ocidental, moderna e colonialista? O que essas práticas artísticas têm nos convocado a experienciar, sobre nós mesmos/as e sobre a Arte/Educação? 

A Revista também aceita entrevistas, ensaios, traduções, notas de experiência e resenhas sobre o mesmo tema. Os trabalhos devem ser postados diretamente no sistema de submissão, seguindo normas específicas da Revista. O periódico usa o sistema de avaliação por pares e os textos podem ser remetidos em português, espanhol ou inglês.

Editores e organizadores: Jociele Lampert (UDESC) e Fábio Wosniak (UNIFAP)