Pedagogia da criação musical hoje: partir da infância, passar pela adolescência e ir além

Autores

  • François Delalande (Tradução de Tamya Moreira) Pesquisador do Groupe de Recherches Musicales (GRM) do Institut National de l"Audiovisuel (INA).

DOI:

https://doi.org/10.5965/2525530402022017013

Palavras-chave:

Infância, Música, Invenção

Resumo

A criação musical, que há setenta anos estava restrita a músicos profissionais, é hoje acessível a amadores e crianças. Esta prática pode ser sua primeira experiência musical e a base de um processo educacional. O estudo de estratégias composicionais mostra que no centro do processo criativo encontra-se uma “ideia musical”. O que é uma “ideia musical”? Trata-se de uma singularidade sonora que atrai a atenção do músico e o incita a estendê- -la. Para estender sua descoberta, ele a repete com variações. A ideia musical – que há um século era geralmente um tema ou um motivo – é, nos dias de hoje, geralmente uma sonoridade particular. No entanto, repetir e variar um som distinto é típico do comportamento de exploração sonora da primeira infância, algo conhecido como “reação circular”. Assim, desde a infância, é possível encorajar um comportamento de exploração que se torna invenção, uma vez que seja intencional. Tal comportamento pode ser enriquecido pela dimensão simbólica e, posteriormente, pelo gosto pela construção. A criança percorre diferentes formas de jogo, como analisado por Piaget: o jogo sensório-motor, o jogo simbólico e o jogo baseado em regras. O papel do educador é, então, estimular e guiar este desenvolvimento espontâneo, e alguns equipamentos podem ajuda-lo. Por volta de nove ou dez anos de idade, o computador é uma ferramenta conveniente para a composição.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BLACKING, J. How musical is man? Seattle, London: University of Washington Press, 1973.

BUCI-GLUCKSMANN, C.; LÉVINAS, M. (Dir.). L’idée Musicale. Saint-Denis: Presses Universitaires de Vincennes, 1993.

DELALANDE, F. La musique est un jeu d’enfant. Paris: Ina/Buchet-Chastel, 1984

DELALANDE, F. Éléments d’analyse de la stratégie de composition. In: Actes du colloque : structures musicales et assistance informatique 1-4 juin 1988. Marseille: MIM, CNR, 1989. p. 51-65.

DELALANDE, F. Toward an Analysis of Compositional Strategies. Circuit, Montréal, v. 17, n.1, p.11-26, 2007.

DELALANDE, F. Le son des musiques, entre technologie et esthétique, Paris: Ina/Buchet-Chastel, 2001.

DELALANDE, F. et al. Naissance de la musique, les explorations sonores de la première enfance. Rennes: PUR, Ina-éditions, 2015.

DONIN, N.; TRAUBE, C. (Dir.): Tracking the creative process in music. Musicæ Scientiæ, v. 20, n. 3, numéro special, Septembre 2016.

PETERSON, R. A. Mais pourquoi donc en 1955? Comment expliquer la naissance du rock. In: MIGNON, P. et HENNION, A. (Ed), Rock, de l’histoire au mythe. Paris: Anthropos, 1991.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: LTC, 1978.

POUTS-LAJUS, S.; TIÉVANT, S.; JOY, J.; SEVIN, J.-C. Composer sur son ordinateur. Les pratiques musicales en amateur liées à l’informatique. Les travaux du DEP. Ministère de la Culture et de la Communication (France), 2002. Disponível em: <http://www2.culture.gouv.fr/culture/deps/2008/pdf/tdp_ordinat.pdf>

ZIEGFIELD, E. (Dir.). Art et éducation. Paris: Unesco, 1954.

Downloads

Publicado

2017-12-19

Como Citar

(TRADUÇÃO DE TAMYA MOREIRA), François Delalande. Pedagogia da criação musical hoje: partir da infância, passar pela adolescência e ir além. Orfeu, Florianópolis, v. 2, n. 2, p. 013–030, 2017. DOI: 10.5965/2525530402022017013. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/1059652525530402022017013. Acesso em: 18 abr. 2024.