Tecidos africanos e africanizados nos candomblés paulistas
DOI :
https://doi.org/10.5965/25944630532021279Mots-clés :
Așǫ Oke, Wax Print, Renda AfricanaRésumé
Os tecidos vindos da África são fundamentais para pensar a estética dos candomblés paulistas, pois suas trajetórias históricas demonstram uma complexa trama cultural que questiona a noção de origem pura, sem deixarem de ser utilizados como símbolos de identidades culturais africanas e afro-brasileiras. Este trabalho analisa a motivação do
uso de tecidos específicos vindos do continente africano pelos candomblés paulistas. O objetivo é relatar essa história e discutir, desde o continente africano até a atualidade, as presenças do tecido Așǫ Oke, produzido pelos yorùbá; do tecido estampado industrialmente Wax Print; e das rendas industriais nigerianas-austríacas. Buscou-se identificar a presença desses têxteis em imagens do século XX e em terreiros de São Paulo, para a análise no contemporâneo. Descobriu-se processos distintos que motivaram esse uso: o Wax Print ganhou uma carga de conexão com o que se veste no continente africano atualmente. Já o Așǫ Oke se relaciona com a ideia de tradição, enquanto o consumo das rendas importadas da Nigéria mescla uma alusão à indumentária das negras crioulas com a importação contemporânea de tecidos industrializados que passam pelo continente africano. A maior dificuldade da pesquisa foi encontrar as confluências de narrativas dos produtores dos tecidos, revendedores e usuários; além da escassez de pesquisadores brasileiros que se dedicaram ao tema. Por fim, a importância desta pesquisa reside em uma nova análise
desses têxteis no contexto cultural, social, artístico e religioso dos candomblés paulistas, que os denota como parte indissociável da estética que compõe o ethos do povo de axé.
Téléchargements
Références
ADAMS, John. Remarks on the country extending from Cape Palmas to the River Congo: including observations on the manners and customs of the inhabitants, with appendix containing na account of the European trade with the West coast of Africa. Londres: G. & W. B. Whittaker, 1823.
ADEGBITE, Stephen Akinade; ILORI, Matthew Olugbemiga; ADEREMI, Helen Olubunmi. Innovations in the Indigenous textile weaving firms. International Journal of Business and Management, Ontario, v. 6, n. 12, p. 243253, dez. 2011. DOI 10.5539/ijbm.v6n12p243.
AMARAL, Rita. Xirê: o modo de crer e de viver no candomblé. Rio de Janeiro: Pallas, 2002.
BESERRA, Rafael. [Sem título]. 18 out. 2019. 1 fotografia. Disponível em: https://www.facebook.com/oduduwatemplodosorixas/photos/1658895137568403. Acesso em: 23 jun. 2020.
CANCISSU, Eduardo. Axé Ilê Obá. [S.l.], 2019a. Facebook: @axeileoba. Disponível em: https://www.facebook.com/axeileoba/photos/2714693905247354 Acesso em: 23 jun. 2020.
CANCISSU, Eduardo. Patuá Confecções [S.l.], 2019b. Instagram: @patuaconfeccoes. Disponível em: CLARKE, Duncan. Adire African Textiles. 2020. Disponível em: https://www. adireafricantextiles.com/. Acesso em: 22 jun. 2020.
CLARKE, Duncan. The art of African textiles. San Diego: Thunder Bay Press, 1997.
GROSFILLEY, Anne. African wax print textiles. New York: Prestel Publishing, 2018. https://www.instagram.com/p/B0gKyB9AcAy/. Acesso em: 23 jun. 2020.
INSTITUTO DO PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL DA BAHIA. Pano da Costa. Cadernos do
IPAC, 1. Salvador: Fundação Pedro Calmon, 2009.
JULIÃO, Carlos; CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da. Riscos illuminados de figurinhos de brancos e negros dos uzos do Rio de Janeiro e Serro do Frio. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, 1960.
LIMA, Celso. “Fancy-print”: o pano da África. Celso Lima Estamparia, [S. l.], 25 jul. 2013. Disponível em: http://celsolima.zip.net/arch2013-07-21_2013-07-27.htm. Acesso em: 9 set. 2019.
PEREIRA, Elizabeth Firmino. Ilê Axé Oduduwa: o processo de reafricanização do candomblé no Brasil. Um estudo dos elementos formais e estéticos. In: Livro do 7º Congresso Ibérico de Estudos
Africanos. Lisboa: Centro de Estudos Africanos: Instituto Universitário de Lisboa, v. 1, 2010. p. 203204.
PEREIRA, Hanayrá. O axé nas roupas: indumentária e memórias negras no candomblé angola do
Redandá. 2017. 133p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, São Paulo, 2017.
PERES, Andréia. O império das mães de santo. Claudia, São Paulo, n. 431, p. 17, ago. 1997.
PLANKENSTEINER, Barbara. African Lace: an industrial fabric connecting Austria and Nigeria. Anthrovision, Gottingen, v. 1, n. 2, 2 ago. 2013. DOI 10.4000/anthrovision.679
PLANKENSTEINER, Barbara; ADEDIRAN, Nath Mayo (eds.). African Lace: Eine Geschichte des Handels, der Kreativität und der Mode in Nigeria. Ghent: Snoeck, 2010.
PRADO, Georgia. Odò Iná. [S. l.], 2019. Instagram: @odoinan. Disponível em: https://www.instagram.com/p/B0jA6JSHisE/. Acesso em: 9 set. 2019.
SILVA, Dandara Maia da. A estampa wax hollandais como objeto de etnicidade. In: COLÓQUIO DE MODA, 13., 2017, Bauru. Anais […]. Bauru: Abepem, 2017. Disponível em: http://www.coloquiomoda.com.br/anais/Coloquio%20de%20Moda%20-%202017/COM_ORAL/co_3/co_3_A_estampa_wax_hollandais.pdf. Acesso em: 29 jul. 2021.
SPRING, Chris. African Textiles Today. Washington: Smithsonian Books, 2012.
VLISCO. World of Vlisco. 2019. Disponível em: https://www.vlisco.com/fabric_story/the-eye-of-my--rival/. Acesso em: 9 set. 2019.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Aymê Okasaki 2021

Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
- Les auteurs conservent les droits d’auteur et concèdent à la revue le droit de première publication, l’œuvre étant simultanément mise à disposition sous la Licence Creative Commons Attribution 4.0 International, qui autorise:
1. Le partage — la copie et la redistribution de la matière sous toute forme ou support, pour toute utilisation, y compris commerciale.
2. L’adaptation — le remixage, la transformation et la création à partir du contenu, pour toute utilisation, y compris commerciale. Le concédant ne peut révoquer ces libertés tant que vous respectez les conditions de la licence.
Conformément aux conditions suivantes:
1. Attribution — Vous devez créditer de manière appropriée l’œuvre, fournir un lien vers la licence et indiquer si des modifications ont été effectuées. Cette attribution doit être faite dans toute circonstance raisonnable, sans toutefois suggérer que le concédant vous soutient ou soutient votre utilisation de l’œuvre.
2. Aucune restriction supplémentaire — Vous ne pouvez appliquer des conditions légales ou des mesures techniques qui restreindraient juridiquement autrui d’accomplir tout acte permis par la licence. - Le plagiat, sous toutes ses formes, constitue une pratique de publication contraire à l’éthique et est inacceptable. Cette revue utilise le logiciel de contrôle de similarité iThenticate.

