Aprender a desaprender no processo de criação do espetáculo
DOI:
https://doi.org/10.5965/1808312903052008965Palavras-chave:
Improvisação, Partitura de movimentos, Criação do espetáculoResumo
Diante de diversos espetáculos de teatro de bonecos manipulados à vista assistidos, surgiu a inquietação com relação ao que confere a alguns deles qualidade técnica e artística. Constatei que a criação e adoção de partitura de movimentos é uma técnica de grande importância para que se atinja tal qualidade. Mas como percorrer o caminho da técnica sem que com isso se perca de vista a poética? A proposta do presente artigo é oferecer ao ator- criador de espetáculo de teatro de animação uma imagem que o auxilie em seu percurso de criação, através de uma metáfora de tal processo como a recuperação do mito do paraíso perdido. Nesta perspectiva, a etapa de improvisação equivaleria ao paraíso, em um estado no qual prevalece a graça e a inocência. Mas como a inocência carrega em si sua própria transgressão, a queda, entendida como a separação entre homem e natureza, pela tomada de consciência, é apresentada como a adoção da técnica, que, enquanto é aprendida, limita o artista. Caberia então ao homem uma ascensão ao paraíso, o que não pode acontecer pela negação da consciência, mas, sim, pelo reconhecimento e superação de seus limites, até um estado em que a ação humana seja governada pelo sentimento. Na metáfora proposta, tal conquista acontece quando o ator, após muito treino e repetição, incorpora de tal forma a técnica, que a desaprende.Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Gisele Lamb

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, a qual permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original, reconhecendo a autoria e publicação inicial nesta revista.
A DAPesquisa, segue as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona acesso público a todo seu conteúdo, a partir do princípio de que tornar gratuito o acesso a pesquisas gera um maior intercâmbio global de conhecimento.
Plágio, em todas as suas formas, constitui um comportamento antiético de publicação e é inaceitável. A revista DAPesquisa utiliza o software iThenticate de controle de similaridade.