O insustentável peso do passado: profanações de monumentos, emoções patrimoniais e heterocronias do presente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/2175180316422024e0201

Palavras-chave:

políticas de patrimônio, políticas de tempo, monumentos, nostalgia, luto

Resumo

Ataques a monumentos públicos, em particular a monumentos que representam passados infames que perpetuam, no presente, memórias do racismo e da violência colonial, suscitaram intensos debates em anos recentes. Com esse pano de fundo, este artigo discute o lugar dos monumentos públicos em políticas de patrimônio cultural, refletindo sobre como tais políticas mobilizam a razão e a emoção, bem como aproximam o tempo presente de seus múltiplos passados. Na primeira parte, problematiza-se a dor causada pela presença de monumentos que, em sua força simbólica, perpetuam as rememorações de violências a grupos oprimidos. Aborda, desse modo, a presença do passado e as emoções decorrentes dessa presença. Na segunda parte, volta-se à ideia de perda, porém não no sentido retórico como já abordado na história do patrimônio, mas em torno dos efeitos de comoções face ao que deixou ou pode deixar de existir. Assim, o debate desloca-se da reflexão sobre as emoções face à presença do passado para, então, problematizar as emoções causadas pelo reconhecimento de que o passado se tornou uma ausência. Por essa via, busca-se refletir a respeito da sobreposição dos tempos do patrimônio, mobilizando as noções de nostalgia e luto na interpolação entre o irreversível e o irrevogável do passado. Nas considerações finais, chama-se a atenção para o lugar das políticas de patrimônio em uma História do Tempo Presente, visando compreender como as profanações de monumentos criam fugazes espaços de aparecimento a histórias e memórias de sujeitos e grupos invisibilizados.

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Publicado

2024-10-11

Como Citar

MACHADO, Diego Finder. O insustentável peso do passado: profanações de monumentos, emoções patrimoniais e heterocronias do presente. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 16, n. 42, p. e0201, 2024. DOI: 10.5965/2175180316422024e0201. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180316422024e0201. Acesso em: 13 dez. 2024.