Recortes de um rosto: a intervenção de um ideal estético do Instagram no envelhecer do século XXI

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/19847246242023e0121

Palavras-chave:

envelhecimento, internet, estética, beleza, Instagram

Resumo

Pensar a multidimensionalidade do envelhecimento enquanto fenômeno se torna fundamental ao se levar em consideração que, para além de todos os tempos, a humanidade sempre quer ter mais tempo, e para isso, precisa envelhecer. E, justamente com essa passagem do tempo, o processo de envelhecimento, que está intrínseco às vivências contextuais e aos estilos de vida, é modificado em suas facetas e situações, levando em consideração a forma como as pessoas passam a experienciar a própria velhice. A partir desse encadeamento de ideias e dentro de uma perspectiva que relaciona a estética e suas noções de beleza, bem como, a Internet e seus desdobramentos, com o “ficar velho”, esta proposta realiza uma reflexão socioantropológica sobre os modos como Instagram apresenta os processos interventivos faciais e, através das representações de um ideal recriado, afeta o olhar para o processo de envelhecimento no século XXI.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Morgana de Melo Machado, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

Francis Moraes de Almeida, Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Professor da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

Referências

ADLER, E. Aspectos emocionais da aposentadoria. In: VERAS, R. P. (org.). Terceira idade: alternativas para uma sociedade em transição. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1999.

BERGER, P.; LUCKMAN, T. A construção social da realidade: tratado de conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2011.

BERGSON, H. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2011.

BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre, RS: Zouk, 2011.

BEAUVOIR, S. A velhice. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.

CARDOSO DE OLIVEIRA, R. O trabalho do antropólogo: olhar, ouvir e escrever. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

CASTELLS, M. O poder da comunicação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.

CÍCERO, M. Saber envelhecer. Porto Alegre: L&PM, 2010.

DINO. Harmonização facial cresce cada vez mais no Brasil e no mundo. Metrópolis, São Paulo. 16 out. 2020. Disponível em: https://www.metropoles.com/dino/harmonizacao-facial-cresce-cada-vez-mais-no-brasil-e-no-mundo. Acesso em: 03 nov. 2022.

ECO, U. História da feiura. Rio de Janeiro: Record, 2015.

FELIX, P. 90% dos brasileiros têm medo de envelhecer. Estadão, São Paulo, 30 jul. 2015. Artigo disponível em: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/estado/2015/07/30/90-dos-brasileiros-tem-medo-do-envelhecimento-diz-pesquisa.htm. Acesso em: 03 nov. 2022.

GOFFMAN, E. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes, 2013.

GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.

GOLDENBERG, M. Corpo, envelhecimento e felicidade na cultura brasileira. Contemporânea, Rio de Janeiro, Ed. 18, v. 9, n. 2, p. 77-85, 2011. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/contemporanea/article/view/2143. Acesso em: 20 jan. 2023.

GOLDENBERG, M. "A velhofobia está cada vez mais explícita, perversa e cruel", diz antropóloga que estuda o envelhecimento. GZH Comportamento, Porto Alegre, 2020. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2020/06/a-velhofobia-esta-cada-vez-mais-explicita-perversa-e-cruel-diz-antropologa-que-estuda-o-envelhecimento-ckbm80acq009o015n60dfk3a1.html. Acesso em: 30 nov. 2022.

HALLAWELL, P. Visagismo: harmonia estética. São Paulo: Ed. SENAC, 2010.

HARAWAY, D. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2000.

HEGEL, G. Curso de estética: o belo na arte. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

HINE, C. Virtual ethnography revisited: paper summary prepared for session on Online Research Methods. Oxford: Research Methods Festival, July 1st 2004.

HINE, C. Ethnography for the Internet: embedded, embodied and everyday. Bloomsbury: Lenders, 2015.

HOUAISS, A. Dicionário Houaiss: sinônimos e antônimos. São Paulo: Publifolha, 2008.

HUXLEY, A. Admirável mundo novo. São Paulo: Globo, 2014.

JOLY, M. Introdução à análise de imagem. Campinas: Papirus, 1996.

LE BRETON, D. Rostos: ensaio de antropologia. Petrópolis: Vozes, 2018.

LE BRETON, D. Antropologia do corpo e modernidade. Petrópolis: Vozes, 2011.

LUPTON, D. Digital sociology. London: Routledge, 2015.

MAGNANI, J. A etnografia como prática e experiência. Revista Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 15, n. 32, p. 129-156, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ha/a/6PHBfP5G566PSHLvt4zqv9j/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 03 nov. 2022.

MALINOWSKI, B. Os argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural, 1976.

MARQUES, Ana Cristina. Jane Fonda: a mulher que tinha medo de envelhecer faz 80 anos. Artigo Online: Observador. Lisboa, 2017.

MAUSS, M. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

MILLER, D; HORST, A. Digital antropology. London: Berg, 2012.

MORIN, E. Cultura de massas no Século XX: volume 1: neurose. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

ROSE, N. The Politics of Life Itself: biomedicine, power, and subjectivity in the Twenty-First Century. Princeton: Princeton University Press, 2007.

SANTAELLA, L.; NÖTH, W. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 2013.

SIQUEIRA, M. Vivendo bem até mais que 100!: envelhecimento, saúde e políticas públicas para idosos no Brasil. 2014 Tese (Doutorado em Antropologia Social) − Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/102255. Acesso em: 20 jan. 2023.

SIQUEIRA, M.; ALMEIDA, F. A política do envelhecimento ativo: a construção de um "novo paradigma" para uma sociedade que envelhece. In: AZAMBUJA, M. (org.). Entre os laboratórios e as políticas de saúde: éticas e estéticas das ciências da vida. 1. ed. Santa Maria: Centro Universitário Franciscano, 2017. p. 155-191.

WILDE, O. O retrato do Dorian Gray. São Paulo: Abril, 2010.

TODOROV, T. A beleza salvará o mundo: Wilde, Rilke e Tsvetaeva: os aventureiros do absoluto. Rio de Janeiro: DIFEL, 2011.

TURKLE, S. The second self: computers and the human spirit. London: The MIT Press, 2005.

TURKLE, S. Alone together: why we expect more from technology and less from each other. New York: Perseus, 2011.

UCHÔA, E. Contribuições da antropologia para uma abordagem das questões relativas à saúde do idoso. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p. 849-853, 2003. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0432.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.

WEBER, M. A ética protestante e o "espírito" do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Downloads

Publicado

2023-06-30

Como Citar

MACHADO, Morgana de Melo; ALMEIDA, Francis Moraes de. Recortes de um rosto: a intervenção de um ideal estético do Instagram no envelhecer do século XXI. PerCursos, Florianópolis, v. 24, p. e0121, 2023. DOI: 10.5965/19847246242023e0121. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/22647. Acesso em: 4 maio. 2024.

Edição

Seção

Dossiê “A multidimensionalidade das velhices: perspectivas do envelhecimento nas agendas do século XXI”