As ciências por controvérsias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984724623522022472

Palavras-chave:

sujeito, cientista, sociedade, história das ciências, sociologia das ciência

Resumo

As Ciências emergiram e se consolidaram ao longo dos últimos séculos como um conhecimento que operacionalizou a vida cotidiana, mudando o nosso modo de existência no mundo. Isto não ocorreu de forma tranquila para os cientistas, por que as Ciências se desenvolveram como conhecimento hegemônico na Modernidade por meio de conflitos e controvérsias. Um dos pontos nodais deste desenvolvimento ocorreu a partir da década de 1960, em que as Ciências ganharam novas feições pela multiplicidade de perspectivas, propostas e teorias. Isto ocorreu, dentre muitos motivos, devido à inclusão, mesmo que marginal, de alguns sujeitos e de certos segmentos sociais que até então eram somente pesquisados pelos cientistas, mas não tinham sua própria voz dentro da Academia. Somado a isto, as redes sociais virtuais possibilitaram aos sujeitos novas formas de acesso as informações, dentre estas, as propostas científicas. Paradoxalmente, o mesmo fenômeno que possibilitou o maior acesso às informações e às propostas científicas, amparou as contestações quanto a legitimidade das Ciências por parte de alguns sujeitos e segmentos sociais organizados. Desse modo, nosso principal objetivo desse manuscrito é enveredar-se por estas controvérsias para interpretar como elas constituem as Ciências na contemporaneidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Antonio Bernardes, Fluminense Federal University

Doutor em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP. Docente da Universidade Federal Fluminense - UFF.

 

Referências

BERNARDES, Antonio. Das perspectivas ontológicas à natureza do internauta: contribuição à epistemologia em Geografia. 2012. 264 f. il. Tese (Doutorado em Geografia) — Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2012.

BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

DUSSEL, Henrique. Filosofia da libertação. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

FEYERABEND, Paul. Contra o método. São Paulo: Editora UNESP, 2007.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2012.

GERALDINO, Carlos Francisco Gerencsez. A questão da geografia na “Origem das Espécies” de Charles Darwin. Tese (Doutorado em Geografia) — Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2016.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. In: Cadernos pagu, n. 5, Campinas, p. 07-41, 1995.

HEGEL, Georg W. F. Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes, 2005.

HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 2015.

KELLER, Evelyn Fox. Qual foi o impacto do feminismo na ciência? In: In: Cadernos pagu, n. 27, Campinas, p.13-34, 2006.

KUHN, Tomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2006.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.

LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Ed. UNESP, 2000.

LUKÁCS, György. Ontologia do ser social. Os princípios ontológicos fundamentais em Marx. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 1968.

MARANDOLA JR., Eduardo. Lugar Enquanto Circunstancialidade. In: MARANDOLA JR., Eduardo; HOLZER, Werther; OLIVEIRA, Livia de (org.). Qual o espaço do lugar? Geografia, epistemologia, fenomenologia. São Paulo, SP: Perspectiva, p.227-248, 2014.

SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. Ensaio de Ontologia Fenomenológica. Petrópolis: Vozes, 1997.

SCHIENBINGER, Londa. O feminismo mudou a ciência? Bauru: EDUSC, 2001.

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. A Geografia no Brasil (1934-1977): avaliação e tendências. São Paulo: USP, Instituto de Geografia, 1980.

POPPER, Karl R. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 2008.

RIBEIRO, Djamila. O que é o lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento, 2017.

STENGERS, Isabelle. A invenção das Ciências Modernas. São Paulo: 34, 2002.

Downloads

Publicado

2022-08-31

Como Citar

BERNARDES, Antonio. As ciências por controvérsias. PerCursos, Florianópolis, v. 23, n. 52, p. 472–494, 2022. DOI: 10.5965/1984724623522022472. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/20491. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos Demanda Contínua