“A condição para quem nasce negra e mulher é ser doméstica?”: desigualdade entre mulheres brancas e negras no trabalho doméstico

Autores

  • Guélmer Júnior Almeida de Faria Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros-MG
  • Maria da Luz Alves Ferreira Universidade Estadual de Montes Claros
  • Caroline Marci Fagundes Coutinho Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.5965/1984724215282014354

Resumo

O presente estudo pretende fazer algumas considerações sobre o trabalho doméstico e as desigualdades presentes nesta atividade, que atingem igualmente mulheres brancas e negras. Concatenam-se, para isto, um estudo exploratório com investimento bibliográfico e um estudo feito pelo IPEA sobre a situação atual das trabalhadoras domésticas no País ao longo da última década (1999-2009), com base em dados da Pnad/IBGE. O trabalho doméstico é subvalorizado, marcado pela invisibilidade, por situações de vulnerabilidade e informalidade. É inegável que, ao longo do tempo, esta atividade trouxe as velhas expressões de desigualdade experimentadas há anos por distinção de raça/cor. Conclui-se constituir uma atividade que há muito absorve a mão de obra feminina, majoritariamente de negras. Observou-se um aumento da ocupação em função da autodeclaração. Tem maior proporção junto às negras, condicionando sua participação e entrada no mercado de trabalho. Houve um aumento da escolaridade das trabalhadoras domésticas negras, mas ainda não conseguiram se equiparar às brancas, até por conta dessa inferioridade escolar. Percebeu-se um aumento da formalização quando se compara a proteção social via contribuição para a previdência. Na relação trabalho-previdência, condição para reconhecimento da profissão e até mesmo da valorização, as negras estão atrás das brancas. Palavras-chave: Estratificação social; raça/cor; Trabalho doméstico.

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Biografia do Autor

Guélmer Júnior Almeida de Faria, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social da Universidade Estadual de Montes Claros-MG

Formado em Economia Doméstica pela Universidade Federal de Viçosa (2008),Mestrando em Desenvolvimento Social (2012) e Pós-graduando em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela UNIMONTES (2011-2012), curso de aperfeiçoamento em Educação Ambiental pela UNIMONTES/UFMG/IEF-MG (2010-2011), tendo realizado estágios na areas de Alimentação e Nutrição, Serviços de Processamento da Roupa Hospitalar e Em Projetos Sociais (Bolsa Família e Programa Saúde da Família). Hoje atua em vários projetos relacionados com a pesquisa em ambiente e sociedade ,meus estudos encaminham no sentido de entender e compreender como se dá as relações do trabalho feminino (Doméstico e Infantil), as questões sociológicas, de gênero (migração de mulheres, trabalho doméstico), meio ambiente e desenvolvimento social. E ainda divulgação do curso de Economia Doméstica.

Maria da Luz Alves Ferreira, Universidade Estadual de Montes Claros

Doutora em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora da Universidade Estadual de Montes Claros – Brasil.

Caroline Marci Fagundes Coutinho, Universidade Estadual de Montes Claros

Mestra em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros – Brasil

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Publicado

2014-07-16

Como Citar

FARIA, Guélmer Júnior Almeida de; FERREIRA, Maria da Luz Alves; COUTINHO, Caroline Marci Fagundes. “A condição para quem nasce negra e mulher é ser doméstica?”: desigualdade entre mulheres brancas e negras no trabalho doméstico. PerCursos, Florianópolis, v. 15, n. 28, p. 354–375, 2014. DOI: 10.5965/1984724215282014354. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/percursos/article/view/1984724215282014354. Acesso em: 7 dez. 2024.