Dossiê – Moda e Emoções na Cultura do Consumo
V.17, N.41 — 2024
DOI: http://dx.doi.org/10.5965/1982615x17412024128 E-ISSN 1982-615x
ModaPalavra, Florianópolis, V. 17, N. 41, p. 128-169, jan/jun. 2024
O anel de noivado de diamante: O papel
de um adorno na história da sociedade
contemporânea
Paulina Helena Zanluchi Mior
Mestranda, Universidade Federal do Rio Grande do Sul / zanluchi.mior@ufrgs.br
Orcid: 0000-0002-4387-7537 / http://lattes.cnpq.br/ 1183686195999511
Mariana Pohlmann de Oliveira
Doutora, Universidade Federal do Rio Grande do Sul / mariana.pohlmann@ufrgs.br
Orcid: 0000-0003-4447-3013 / http://lattes.cnpq.br/5734518155680206
Vinicius Gadis Ribeiro
Doutor, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ vinicius.gadis@ufrgs.br
Orcid: 0000-0001-7727-2088 / http://lattes.cnpq.br/2937182050702659
Gabriela Zubaran Pizzato
Doutora, Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ gabrielapizzato@gmail.com
Orcid: 0000-0003-3926-572X / http://lattes.cnpq.br/ 0763085595850805
Enviado: 26/06/2023 // Aceito: 03/11/2023
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O anel de noivado de diamante: O papel
de um adorno na história da sociedade
contemporânea
RESUMO
O uso de anel de diamante é tido atualmente como uma tradição
em um noivado. Considerando o conjunto de valores proporcionados
por essa tradição, o presente trabalho busca identicar a semiótica
associada aos diamantes em conjunto com os anéis de noivado,
como materialização do ideal de romance. Quanto à metodologia, foi
realizada análise e revisão bibliográca de livros e artigos. A partir
dessa análise, foram identicadas as mudanças tecnológicas associadas
aos anéis com diamantes, passando por diversos modelos e seus
signicados. Foi percebido que os atributos simbólicos relacionados
ao anel de diamante têm origem nas propagandas da gema, criadas
pela empresa De Beers, datadas da primeira metade do século XX.
Além disso, são constatadas mudanças no âmbito social, indicando
a transformação do uso dessa peça ao longo do último século, não
restringindo-se apenas às mulheres.
Palavras-chave: Design de Joias. Emoção e tecnologia. Anel de
diamante.
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The diamond engagement ring: the
role of an adornment in the history of
contemporary society
ABSTRACT
The use of a diamond ring is currently considered a tradition in an
engagement. Considering the set of values commensurate with this
tradition, the present work seeks to identify the semiotics associated
with diamonds in conjunction with engagement rings as the
materialisation of the ideal of romance. Regarding the methodology,
we conducted a bibliographic review of books and articles. From
the study, we identied the technological changes associated with
diamond rings, encompassing various models and their meanings. We
observed that the advertisements for the gem, created by the company
De Beers in the rst half of the 20th century, are the origin of the
symbolic attributes linked to the diamond ring. In addition, changes
are observed in the social sphere, indicating the transformation of
the use of this garment over the last century, not being restricted to
women only.
Keywords: Jewellery Design. Emotion and technology. Diamond ring.
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El anillo de compromiso de diamantes: el
papel de un adorno en la historia de la
sociedad contemporánea
RESUMEN
El uso del anillo de diamantes se considera actualmente una tradición
en un compromiso. A la luz del conjunto de valores que brinda esta
tradición, el presente trabajo busca identicar la semiótica asociada
a los diamantes en conjunto con los anillos de compromiso, como la
materialización del ideal de romance. En cuanto a la metodología, se
llevó a cabo un análisis y revisión bibliográca de libros y artículos.
Con este análisis se identicaron los cambios tecnológicos asociados
a los anillos con diamantes, recorriendo diversos modelos y sus
signicados. Se observó que los atributos simbólicos relacionados
con el anillo de diamantes tienen su origen en la publicidad de la
gema, creada por la empresa De Beers, que se remonta a la primera
mitad del siglo XX. Además, se verican cambios en la esfera social,
indicando la transformación del uso de esta pieza a lo largo del último
siglo, no restringiéndose únicamente a las mujeres.
Palabras clave: Diseño de joyería. Emoción e tecnología. Anillo de
diamante.
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1. INTRODUÇÃO
O uso de uma joia - em especial, um anel ou aliança -,
como símbolo de compromisso, data do período do Império
Romano. Contudo, apesar de ser apontada como a alternativa
mais apropriada para o pedido de noivado (KUNZ, 1917), o uso
do diamante como ponto focal dessa joia se popularizou há
menos de um século (RADEN, 2016). Para a empresa De Beers
(2019, p.6), em 2018, a demanda por diamantes para uso em
joias estava avaliada em US$76 bilhões, sendo que a estimativa
era de que em torno de metade desse valor era movimentado
por joias adquiridas por motivos românticos, incluindo anéis de
noivado e de casamento, por conta do aspecto simbólico desses
produtos.
Dada a sua importância dentro da sociedade e do mercado
contemporâneo de joias, o presente trabalho trata sobre a
utilização do anel de diamante, utilizado no período de noivado,
do ponto de vista da joia como uma forma de expressão de
emoções e aos sentimentos associados a essa peça, assim como
a importância dessa peça dentro da sociedade, considerando
os seus aspectos tecnológicos. Para isso, abordam-se questões
históricas de uso das joias de noivado e, também, do uso do
diamante.
Justica-se que, como declarado por Raden (2016, p. 44),
um anel de noivado de diamante é “a única peça de joalheria
que pode ser considerada necessária, pelo menos para o adulto
médio. É a única peça de joalheria com a qual se espera que
uma pessoa tenha um apego pessoal, romântico e vitalício” -
tornando essa peça de joalheria um item relevante para uma
pesquisa, do ponto de vista econômico e sociocultural. Com isso,
o presente trabalho tem, como objetivo geral, compreender a
semiótica atribuída ao diamante em conjunto com o anel de
noivado, como ideal de materialização do romance. Ao que consta
como parte metodológica, esta pesquisa é de natureza básica e
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o procedimento técnico utilizado é a revisão bibliográca.
2. EMOÇÕES E O DESIGN DE JOIAS
Inerentes aos seres humanos, as emoções desempenham
um importante papel na regulação de comportamentos, ações,
pensamentos e das próprias relações interpessoais. Por esta
razão, também estão atreladas a experiências de consumo em
geral, impactando tanto nas decisões de compra de um produto,
como no seu uso do mesmo após a compra (Desmet; Hekkert,
2007). Segundo Ahde-Deal (2010, p. 3), a relação entre emoções
e joias pode ocorrer de duas formas: o uso de joias suscita
emoções, assim como emoções podem suscitar o uso de joias.
Por se tratar de um produto de uso individual ou pessoal,
onde as relações entre usuário e produto são mais intensas e
estreitas (Löbach, 2001), o consumo, a posse e o uso da joia
estão fortemente associados à elicitação de emoções positivas
(Zhang, F.; Wang, J. 2023; Liang; Wanli, 2022; Wang, Y, 2020;
Silva, 2020; Gong, B.; Yuan, R., 2017; Ahde-Deal, 2010).
Quando associada a algum acontecimento importante na vida
das pessoas (e.g. noivado, casamento, nascimento de um lho),
emoções podem ser provocadas por meio do uso ou pelo simples
toque na joia. Porém, nem sempre o contato físico é necessário
- a memória afetiva pode estar vinculada até mesmo à posse de
uma joia armazenada em seu estojo.
Emoções elicitadas na interação com produtos são
fortemente inuenciadas pela função estética e simbólica
(Damásio, 2004; Norman, 2008) - relacionadas à aparência do
produto e ao simbolismo, ou imagem comunicada pela aparência,
associada a experiências e sensações obtidas previamente
(Löbach, 2001). Ambas as funções são de extrema importância
para o design de joias (Takamitsu; Menezes; Silva, 2020) e
estão interligadas por meio das características que as compõem,
onde diferentes elementos estéticos podem ser percebidos
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como símbolos (Norman, 2008), como os que serão discutidos
ao longo deste estudo.
2.1 O anel de compromisso
A criação dos anéis de noivado iniciou-se por volta de 3.000
anos atrás, sendo atribuída ao Império Romano (Gemological
Institute Of America, 2019). O anel, como promessa de amor, foi
mencionado pela primeira vez na literatura romana por Plauto,
todavia, nesse registro, a referência se trata de um símbolo de
afeto e não de uma promessa nupcial (Kunz, 1917). Waterman
(2021) e Wang (2020, p.03) apontam, que inicialmente, eram
utilizados correntes e braceletes, até que anéis fossem adotados
como peça padrão para representar uniões matrimoniais,
simbolizando obediência. Neste período, os principais materiais
utilizados eram o bronze, o cobre, a prata e, esporadicamente,
o ouro.
As mulheres geralmente utilizavam anéis feitos de ferro,
que, às vezes remetiam, visualmente a chaves (Figura 1), a m
de simbolizar que, a partir do casamento, a esposa detinha o
controle dos bens domésticos (Jones, 1847; Kunz, 1917; Gia,
2020; Waterman, 2021). Além disso, os romanos ofereciam
seus anéis de noivado como uma forma de seguro matrimonial.
Até que, mais tarde, o anel de noivado evoluiu para o uso
de uma aliança de casamento simples, apresentada no altar
(BERGSTEIN, 2016).
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Figura 1: Anel romano de bronze.
Fonte: Metropolitan Museum of Art
(s/d).
A utilização do anel de compromisso, ou noivado, no
dedo anelar também é uma tradição que permeia a cultura
contemporânea a partir do período clássico. indícios de que os
egípcios acreditavam que “uma veia que se estendia do coração
aos dedos tinha como m o dedo anelar, nomeando essa veia
de vena amoris” (Gia, 2020; Maskell, 1888). Uma alternativa
aponta que na igreja cristão era comum o padre “tocar três
dedos sucessivamente com o anel enquanto dizia: ‘Em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo’, e então colocava-o sobre o
último dedo tocado” (KUNZ, 1917, p.197).
Gaius Ateius Capito (apud Maskell, 1888, P.17) oferece
uma explicação referente à utilização do anel de noivado na mão
esquerda, armando que a mão direita era muito mais usada
que a esquerda, e, por conta disso, as pedras preciosas do anel
possuíam uma menor possibilidade de serem quebradas. A
utilização na mão esquerda é, mais tarde, associada ao uso do
anel de diamante, transformando-se assim em um dos elementos
de sua utilização ao longo da história.
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2.2 O anel de diamante
Considerada como a principal entre todas as gemas
(Jones, 1847), para Raden (2016, p. 42) e Swindler (1949,
p. 223), o diamante tem seu nome derivado do grego arcaico
adamas (δάμας) que signica “indestrutível”. O diamante é o
material de maior dureza no mundo - ou seja, quão bem uma
pedra preciosa resiste a arranhões e abrasão - sendo o único
mineral de dureza 10 na Escala Mohs, 58 vezes mais resistente
do que qualquer outro material natural (Gemological Institute Of
America, 2019). O diamante é também a única gema composta
de apenas um elemento, sendo ele o carbono; tendo estrutura
cristalina isométrica e, como hábito cristalográco, o sistema
cúbico hexaoctaédrico, sendo esses fatores importantes para
a criação de lapidações que zeram este mineral relevante na
joalheria.
Quanto às joias, estas são uma reexão do sentimento
popular (Jones, 1847). Como supracitado, o prestígio do diamante
sendo utilizado em anéis de noivado foi datado ainda no início
do século XX (Kunz, 1917). Entretanto, o estabelecimento do
solitário de diamante como uma “tradição” ocorreu alguns anos
depois. Ações de marketing de uma única empresa, a De Beers,
de meados da década de 1930, são apontadas como a principal
forma de promover o uso da gema (Abram, 2019; Falls, 2014;
Raden, 2014).
Para compreender a estrutura do marketing utilizado pela
companhia, faz-se primordial compreender um dos elementos
utilizados por ela na comunicação de seus produtos: a história
do primeiro anel de noivado com um diamante. Datada de 1477,
essa peça foi atribuída ao Imperador Maximiliano, que propôs em
casamento a Maria da Borgonha, lha de Carlos, o Temerário,
sendo que esse presente tinha como intuito conquistar a
admiração de Carlos, amante de pedras preciosas (Bergstein,
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2016).
Segundo Waterman (2021) e Wang (2020, p.08), esse anel,
feito em ouro, apresentava pequenos diamantes que formavam
um ‘M’ - a primeira letra do nome de ambos os noivos. Em seu
poema de casamento, lia-se “duas vontades, dois corações, duas
paixões ligadas em um casamento por um diamante” (Wang,
2020, P. 08). Além dessas informações, para Bergstein (2016,
p. 46), faz-se importante mencionar que, antes do século XV, as
mulheres raramente utilizavam diamantes, uma vez que essa
gema era destinada para ornamentos masculinos.
Após esse acontecimento, segundo Kunz (1917, p. 3225),
há a menção do uso de diamantes em anéis em obras de
Shakespeare, onde o diamante surge em conexão com um anel
de noivado, presenteado como sinal de delidade. Após o século
XVI, no período Vitoriano (1837 - 1901), ocorre a utilização de
diamantes, em conjunto com outras gemas, em anéis acrósticos
(WATERMAN, 2021; BERGSTEIN, 2016). Neste modelo era
considerada a primeira letra de cada gema, a m de formar uma
palavra - muitas vezes “dearest”, regard (Figura 2) ou uma
mensagem secreta.
Figura 2: Anel REGARD (rubi, esmeralda,
granada, ametista, rubi, diamante)
Fonte: Gemological Institute of America (2015).
Além do anel acróstico, são apontados na literatura, como
outros exemplos de anéis, partes da “joalheira emocional”, os
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modelos gimmal, toi et moi e fede. Para Waterman (2021), o
anel gimmal foi popular entre o século XV e XVII, onde - por
conta do seu design- signicava o “entrelaçamento de duas vidas
por meio do matrimônio”. Esse primeiro exemplo é denido por
Kunz (1917, p.218) como:
Esta designação é derivada do latim “gemelli
(gêmeos) e indica a forma do ornamento. Dois
anéis são unidos por um pivô de modo que quando
unidos constituem um único anel, embora possam
ser facilmente separados. (Kunz, 1917, P. 218).
O modelo fede tem seu nome proveniente do italiano madi
in fede (mãos entrelaçadas na fé), por ponta do seu design
(Bergstein, 2016; Wang, 2020; Victoria And Albert Museum,
s/d). De acordo com o Gemological Institute of America (2011),
essa peça tinha, como signicado, a imutabilidade de um
casamento. Waterman (2021) relata que exemplos de anéis
com a combinação de elementos de design, unindo a estrutura
do anel gimmal com a estética do fede, como visível na Figura
3. Por m, quanto ao toi et moi, esse nome é proveniente
do francês - onde signica “tu e eu” - e é formado por duas
gemas, representando a união de almas, sendo popular no
m do século XIX e início do século XX (Waterman, 2021).
Figura 3: Anel fede e gimmal, 1600/1650.
Fonte: Adaptado de Victoria and Albert Museum (s/d).
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Seguindo com anéis de diamante utilizados no século XIX,
segundo Bergstein (2016, p.45) e o Gemological Institute of
America (2011), em 1886, a empresa estadounidense Tiffany &
Co. apresentou a ‘cravação Tiffany’, uma conguração de anel
que utilizava seis garras para elevar um único diamante redondo
(Figura 4). Antes dessa inovação, as gemas eram xadas por
meio de Cravação inglesa, utilizando uma faixa de metal em
volta da gema.
Figura 4: Tiffany setting, 1886.
Fonte: Tiffany & Co. (2021).
Além da evolução do design de joias, também houve
a evolução dos processos de lapidação. O processo de lapidação
de diamantes teve seu início na metade do século XIV na
Índia, sendo o único país produtor da gema naquele momento
(Gemological Institute Of America, 2019). Entretanto, muitas
das lapidações utilizadas atualmente surgiram apenas no início
do século XX.
Segundo Ebert (1983, p.7), a lapidação brilhante -
estabelecida pelo designer Marcel Tolkowsky em 1919 - tinha
como objetivo maximizar o brilho do diamante redondo, a partir
da utilização de proporções especícas, permitindo a passagem
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de luz de forma adequada. Além do seu uso para o formato
redondo, os lapidadores passaram a modicar o arranjo de facetas
dessa lapidação para se adequar a outros formatos, sendo a
lapidação brilhante a mais popular no mercado contemporâneo
(Gemological Institute Of America, 2019).
Outro fator importante para a popularização dos diamantes
enquanto fator imprescindível em um anel de noivado foi o amplo
número de fornecimento de gemas. Até a segunda metade do
século XIX, o Brasil e a Índia eram os principais produtores de
diamantes do mundo, até o momento em que novos depósitos
foram encontrados na África do Sul (Shigley, 2017). Mediante
a essa descoberta, Cecil Rhodes - britânico, colonizador da
Rodésia, atualmente correspondente ao território do Zimbabwe
e Zâmbia - criou o que se tornaria a maior empresa de mineração
de diamantes do mundo, a De Beers (Abram, 2019). Desde o
início, a De Beers teve como objetivo controlar não apenas a
oferta de diamantes, mas a própria percepção desse produto
(RADEN, 2016). Para isso, segundo Abram (2019), a empresa
controlava a distribuição de diamantes - tendo a sua própria
produção e adquirindo o que era produzido por outras minas,
chegando a deter 90% dos diamantes, no início do século XX na
África do Sul.
A De Beers também tinha a intenção de promover outra
ilusão: a de que os diamantes eram necessários, estimulando
emocionalmente as pessoas a comprar diamantes, a partir
da ideia de esse produto não ser puramente uma frivolidade
(Raden, 2016; Abram, 2019; Bergstein, 2016). Porém, com a
crise de 1929 nos Estados Unidos e a Segunda Guerra Mundial,
os consumidores não possuíam condições de comprar joias
e poderiam vender aquilo que haviam adquirido nos anos
anteriores, mudando a relação econômica que a De Beers havia
estabelecido.
Segundo Abram (2019), para resolver essa questão, a De
Beers contratou uma empresa de marketing, a N.W. Ayer & Son,
que surgiu com a frase A diamond is forever(“Um diamante
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é para sempre”). Para Bergstein (2016, p.102), as campanhas
tinham como conceito atribuir prestígio e romance à gema,
evocando uma ideia de tradição, em detrimento da noção do
diamante ser algo recente. Quanto às propagandas produzidas
pela N.W. Ayer & Son, a autora ainda relata que:
Eles criaram quatro objetivos para os anúncios.
Um: ‘Proteger e incentivar a tradição do anel de
noivado’. Dois: “Restaurar os diamantes e as joias
com diamantes a uma posição de importância no
mundo da moda”. Três: Aumentar as vendas de
todos os tipos de joias com diamantes no mercado
de luxo geral, em concorrência com outros luxos”.
Quatro: “Educar o público sobre os tamanhos e
preços dos diamantes” (Bergstein, 2016, P. 102-
103).
Se acordo com Bergstein (2016, p. 108), nos anúncios,
em circulação na década de 1940, liam-se textos como:
A terra pode levantar-se. Estrelas podem cair. A
lua pode minguar. As modas podem morrer e os
costumes mudarem. Mas uma coisa permanece
xa, estática, para sempre, inalterada. E esse é o
ideal de romance do homem. E o símbolo do ideal
do homem é o diamante (Bergstein, 2016, p. 108).
Abram (2019) declara que muitas vezes essas mensagens
eram acompanhadas de ilustrações feitas por artistas renomados
internacionalmente, como Picasso e Salvador Dalí (Figura 5),
trazendo a mensagem de que os diamantes eram obras de arte.
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Figura 5: Propaganda da De Beers, com uma ilustração de Dalí, 1941.
Fonte: Abram (2019).
Como forma de suprir a necessidade de um sistema capaz de
exemplicar as características de um diamante e suas relações
com o seu preço, o próprio Gemological Institute of America
criou, na década de 1930, a metodologia dos 4Cs (Gemological
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Institute Of America, 2019). Baseada nas características: cor
(colour), pureza (clarity), lapidação (cut) e peso (carat weight),
esta metodologia cooperou para que fosse atingido o quarto
objetivo supracitado das propagandas da De Beers, sendo
mundialmente utilizada até hoje para a classicação de qualidade
de diamantes.
2.3 Aspectos simbólicos contemporâneos
A empresa De Beers (2019, p.14) indica que os diamantes
“permitem que as pessoas expressem uma gama cada vez mais
ampla de emoções e momentos, mas o amor ainda é o ponto
central do simbolismo”. Ao tratar-se da utilização contemporânea
dos anéis de noivado com diamantes, baseado em dados da
De Beers (2019, p.), na década de 1930, cerca de 10% das
mulheres estadunidenses recebiam anéis de noivado com um
diamante.
Após as propagandas supracitadas, o número chegou a
80% na década de 1990, seguindo estável até 2017, quando a
pesquisa foi realizada. Mediante o sucesso de sua campanha,
Abram (2019) arma que a De Beers utilizou campanhas com
o mesmo conceito no Japão em 1970 e na China em 1990,
países que não possuíam o hábito de utilizar a joia em questão,
culminando em resultados similares aos dos EUA.
Uma pesquisa da De Beers (2019, p.18) revelou, ainda, que
“muitos casais escolheram um anel de noivado de diamante para
seguir a tradição”. Entre outras pesquisas atuais, a empresa The
Knot (2021) divulgou em seu relatório anual que, considerando
as noivas dos EUA que receberam anéis de noivado, 86% dos
anéis possuíam um diamante como gema central. Já em uma
pesquisa realizada pelo Statista (2013) na Alemanha, o diamante
se mostrou a gema mais desejada para 50% das entrevistadas.
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Sallie Westwood (2002, apud Falls, 2014, p.103) acredita
que as campanhas da De Beers promovem uma ideia baseada
em associações simbólicas relacionadas a romance, status e
heterossexualidade. Entretanto, segundo dados da De Beers
(2019, p.10), 72% dos casais homoafetivos associam fortemente
os diamantes naturais a eventos amorosos e memoráveis,
incluindo pedidos de casamentos.
Esse fato, além do desejo de algumas mulheres de pedir
seus namorados em casamento, culminou na criação de coleções
de anéis de noivados para homens (Bonos, 2021), como a criada
pela Tiffany & Co. em 2021, ilustrada da Figura 6, 135 anos após
a criação da Tiffany setting (cravação Tiffany).
Figura 6: Coleção de anéis masculinos Tiffany & Co., 2021.
Fonte: Bonos (2021).
Dizer que um diamante signica “amorou “romance” é
tratá-lo simbolicamente, considerando que o signicado de um
signo é processual, ligado a um contexto dinâmico gerado por
meio de cadeias de signicação associativa, podendo possuir
interpretações variadas, em diferentes contextos e ideologias
semióticas (Falls, 2014). Aquilo que gera signicado para os
usuários a partir do diamante, como as memórias e emoções,
são desconhecidas para outros grupos sociais que interpretam
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suas poses com base em signicados genéricos, associando o
produto a um consumismo onde dinheiro se equivale à experiência
causada por uma emoção.
As colocações de Falls (2014) vão de encontro com o
resultado dos estudos de Leaf van Boven e colegas (2010, apud
HASSENZAHL, 2011), onde foi identicada a associação de
estereótipos negativos às pessoas com tendências materialistas.
Um anel de diamante é a representação máxima de um bem
posicional, sendo apenas um símbolo de status (Raden, 2016).
Apesar das possíveis interpretações negativas, algumas
entrevistas apresentadas nas obras de Abram (2019) e Falls
(2014) apontam que o diamante cumpre com o seu papel de
materializar a ideia de romance. Isso ocorre à medida em que
os entrevistados mencionavam uma gama de emoções positivas
que sentiram quando receberam o seu anel de noivado de
diamante - e que seguem relembrando, por conta desse objeto
simbólico que carregam diariamente.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo como principal atributo o seu simbolismo, o anel
de noivado carrega uma longa história que tem o seu uso inicial
atribuído aos cidadãos que faziam parte do Império Romano.
Com a adição dos diamantes muitos séculos depois, o anel
utilizado no período referente ao noivado passou por diversos
modelos, até chegar ao modelo solitário, o modelo mais utilizado
atualmente. Desde a sua popularização na primeira metade do
último século, o diamante continuou como a gema mais popular,
mantendo a sua importância comercial estável desde então.
Quanto ao próprio diamante, este tomou forma como a
materialização do amor indestrutível, vide o nome da gema,
relacionando-se plenamente com o ideal de amor romântico.
Os aspectos diferenciais dessa gema, quanto aos seus atributos
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda e Emoções na Cultura do Consumo
físicos de dureza e alta dispersão de luz, além de sua aparente
raridade, a tornaram a candidata ideal a tomar o lugar central
em uma joia que é presenteada a alguém imprescindível na vida
daquele que a entrega.
Dentro das limitações deste trabalho, encontrou-se a falta
de materiais acerca da comercialização de anéis de diamante
no mercado brasileiro. Essa limitação levou a uma análise que
considerou principalmente aspectos da cultura de países do
hemisfério norte, situados na América, Ásia e Europa. Entre os
países mencionados durante a pesquisa, um foco nos Estados
Unidos, onde iniciou-se o incentivo de consumo de diamantes
em conjunto com anéis de noivado, promovido pelas diferentes
campanhas da empresa De Beers, sendo que nesse país seguem-
se elaborando pesquisas sobre o assunto de forma frequente.
Apesar de ter um viés fabricado através do marketing da
indústria de diamantes no século XX, a indução e associação
das emoções positivas e da ideia de romance à gema e às joias
tornaram-se bem-sucedidas. E a utilização desse produto é uma
tradição que segue forte algumas gerações, adaptando-se a
diferentes designs, onde a cada um é designado um signicado.
Por m, da mesma forma que costumes foram criados no século
XX, novos hábitos se estabelecem no século XXI, evidenciando,
não apenas, os avanços técnicos que ocorreram dentro deste
século, mas, também, as mudanças culturais e organizacionais
da sociedade.
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Dossiê – Moda e Emoções na Cultura do Consumo
V.17, N.41 — 2024
DOI: http://dx.doi.org/10.5965/1982615x17412024128 E-ISSN 1982-615x
ModaPalavra, Florianópolis, V. 17, N. 41, p. 128-169, jan/jun. 2024
The diamond engagement ring: the
role of an adornment in the history of
contemporary society
Paulina Helena Zanluchi Mior
Master’s student, Federal University of do Rio Grande do Sul / zanluchi.mior@ufrgs.br
Orcid: 0000-0002-4387-7537 / http://lattes.cnpq.br/1183686195999511
Mariana Pohlmann de Oliveira
Doctor, Federal University of do Rio Grande do Sul / mariana.pohlmann@ufrgs.br
Orcid: 0000-0003-4447-3013 / http://lattes.cnpq.br/5734518155680206
Gabriela Zubaran Pizzato
Doctor, Federal University of Rio Grande do Sul / gabrielapizzato@gmail.com
Orcid: 0000-0003-3926-572X / http://lattes.cnpq.br/0763085595850805
Vinicius Gadis Ribeiro
Doctor, Federal University of Rio Grande do Sul / vinicius.gadis@ufrgs.br
Orcid: 0000-0001-7727-2088 / http://lattes.cnpq.br/2937182050702659
Sent: 26/06/2023 // Accepted: 03/11/2023
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda e Emoções na Cultura do Consumo
The diamond engagement ring: the
role of an adornment in the history of
contemporary society
ABSTRACT
The use of a diamond ring is currently considered a tradition in an
engagement. Considering the set of values commensurate with this
tradition, the present work seeks to identify the semiotics associated
with diamonds in conjunction with engagement rings as the
materialisation of the ideal of romance. Regarding the methodology,
we conducted a bibliographic review of books and articles. From
the study, we identied the technological changes associated with
diamond rings, encompassing various models and their meanings. We
observed that the advertisements for the gem, created by the company
De Beers in the rst half of the 20th century, are the origin of the
symbolic attributes linked to the diamond ring. In addition, changes
are observed in the social sphere, indicating the transformation of
the use of this garment over the last century, not being restricted to
women only.
Keywords: Jewellery Design. Emotion and technology. Diamond ring.
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O anel de noivado de diamante: O papel
de um adorno na história da sociedade
contemporânea
RESUMO
O uso de anel de diamante é tido atualmente como uma tradição
em um noivado. Considerando o conjunto de valores proporcionados
por essa tradição, o presente trabalho busca identicar a semiótica
associada aos diamantes em conjunto com os anéis de noivado,
como materialização do ideal de romance. Quanto à metodologia, foi
realizada análise e revisão bibliográca de livros e artigos. A partir
dessa análise, foram identicadas as mudanças tecnológicas associadas
aos anéis com diamantes, passando por diversos modelos e seus
signicados. Foi percebido que os atributos simbólicos relacionados
ao anel de diamante têm origem nas propagandas da gema, criadas
pela empresa De Beers, datadas da primeira metade do século XX.
Além disso, são constatadas mudanças no âmbito social, indicando
a transformação do uso dessa peça ao longo do último século, não
restringindo-se apenas às mulheres.
Palavras-chave: Design de Joias. Emoção e tecnologia. Anel de
diamante.
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El anillo de compromiso de diamantes: el
papel de un adorno en la historia de la
sociedad contemporánea
RESUMEN
El uso del anillo de diamantes se considera actualmente una tradición
en un compromiso. A la luz del conjunto de valores que brinda esta
tradición, el presente trabajo busca identicar la semiótica asociada
a los diamantes en conjunto con los anillos de compromiso, como la
materialización del ideal de romance. En cuanto a la metodología, se
llevó a cabo un análisis y revisión bibliográca de libros y artículos.
Con este análisis se identicaron los cambios tecnológicos asociados
a los anillos con diamantes, recorriendo diversos modelos y sus
signicados. Se observó que los atributos simbólicos relacionados
con el anillo de diamantes tienen su origen en la publicidad de la
gema, creada por la empresa De Beers, que se remonta a la primera
mitad del siglo XX. Además, se verican cambios en la esfera social,
indicando la transformación del uso de esta pieza a lo largo del último
siglo, no restringiéndose únicamente a las mujeres.
Palabras clave: Diseño de joyería. Emoción e tecnología. Anillo de
diamante.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda e Emoções na Cultura do Consumo
1. INTRODUCTION
The use of a piece of jewellery particularly a ring or band
as a symbol of commitment, is dated to the Roman Empire.
However, even though it is indicated as the most appropriate
alternative for an engagement (Kunz, 1917), the use of a
diamond as the focal point of that jewel became popular less
than a century ago (Raden, 2016). According to the DeBeers
company (2019, p.6), in 2018, the demand for diamonds destined
to be used in jewellery was evaluated at US$76 billion, and the
estimate was that around half of this value was accounted for by
jewellery acquired for romantic reasons, including engagement
and wedding rings, due to the symbolic aspect of these products.
Given its importance in society and the contemporary
jewellery market, the following research underlines the use of
the diamond ring during the engagement period, from the point
of view of jewellery as a form of expression of emotions and
feelings associated with this piece, as well as the importance of
this piece within society, considering its technological aspects.
For this, we address the historical issues regarding the use of
engagement jewellery and the usage of diamonds.
We justify, as stated by Raden (2016, p. 44), “a diamond
ring is the only piece of jewellery that might even be considered
necessary, at least to the average adult. It is the only piece
of jewellery to which a person is expected to have a personal,
romantic, and lifelong attachment”, making this piece a relevant
item for research from an economic and sociocultural perspective.
Therefore, the present work has, as a general objective, to
understand the semiotics attributed to the diamond in conjunction
with the engagement ring as an ideal for materialising romance.
As far as the methodological part is concerned, this research
is basic, and the technical procedure used is the bibliographic
review.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda e Emoções na Cultura do Consumo
2. EMOTIONS AND JEWELLERY DESIGN
Inherent to human beings, emotions play an important role
in regulating behaviours, actions, thoughts, and interpersonal
relationships. For this reason, they are also linked to consumer
experiences in general, impacting the decisions to purchase a
product and its use after purchase (Desmet; Hekkert, 2007).
According to Ahde-Deal (2010, p. 3), the relationship between
emotions and jewellery can occur in two ways: the usage of
jewellery arouses emotions, just as emotions can arouse the use
of jewellery.
As it is a product for individual or personal use, where
relationships between user and products are more intense and
closer (Löbach, 2001), consumption, possession and use of
jewellery are strongly associated with the elicitation of positive
emotions (Zhang, F.; Wang, J. 2023; Liang; Wanli, 2022; Wang,
Y, 2020; Silva, 2020; Gong, B.; Yuan, R., 2017; Ahde-Deal,
2010). When associated with some important event in people’s
lives (e.g.: engagement, wedding, birth of a child), emotions can
be provoked through use or by simply touching the jewellery.
However, physical contact is not always necessary - affective
memory can even be linked to the possession of a piece of
jewellery stored in its case.
There is a stage inuence on emotions elicited when
interacting with products by the aesthetic and symbolic function
(Damásio, 2004; Norman, 2008), related to the appearance
of the product and the symbolism, or image communicated
by appearance, associated with experiences and sensations
previously obtained (Löbach, 2001). Both functions are
extremely important in jewellery design (Takamitsu; Menezes;
Silva, 2020) and are interconnected through the characteristics
that compose them, where different aesthetic elements can be
perceived as symbols (Norman, 2008), such as those that will
be discussed throughout this study.
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda e Emoções na Cultura do Consumo
2.1 The Promise ring
The creation of engagement rings began around 3,000
years ago, being attributed to the Roman Empire (Gemological
Institute Of America, 2019). The ring, as a promise of love,
was mentioned for the rst time in Roman literature by Plautus,
however, in this record, the reference is to a symbol of affection
and not a nuptial promise (Kunz, 1917). Waterman (2021) and
Wang (2020, p.03) point out that, initially, the items used included
chains and bracelets until rings were adopted as a standard piece
to represent marriage unions, symbolising obedience. During this
period, the main materials used were bronze, copper, silver and,
sporadically, gold.
Women generally wore rings made of iron, which sometimes
visually resembled keys (Figure 1), to symbolise that, after
marriage, the wife had control of household goods (Jones, 1847;
Kunz, 1917; Gia, 2020; Waterman, 2021). Additionally, the
Romans offered their engagement rings as a form of marriage
insurance. Later, the engagement ring evolved into the use of a
simple wedding band presented at the altar (Bergstein, 2016).
Figure 1: Roman iron ring.
Source: Metropolitan Museum of Art
(s/d).
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ModaPalavra e-periódico / Dossiê Moda e Emoções na Cultura do Consumo
The use of a promise or engagement ring on the ring nger
is also a tradition that has permeated contemporary culture
since the classical period. There is evidence that the Egyptians
believed that “a vein that extended from the heart to the ngers
ended in the ring nger, naming this vein vena amoris (Gia,
2020; Maskell, 1888). An alternative points out that in the
Christian church, it was common for the priest to touch three
ngers successively with the ring while saying: “In the name of
the Father, the Son and the Holy Spirit, and then place it on the
last nger touched (Kunz, 1917).
Gaius Ateius Capito (apud Maskell, 1888) explains the use
of the engagement ring on the left hand, stating that the right
hand was used much more than the left, and, because of this,
the precious stones on the ring had a lower chance of being
damaged. The use of the left hand is later associated with the
choice of the diamond ring, thus becoming one of the elements
of its use throughout history.
2.2 The diamond ring
Regarded as the most important among all gems (Jones,
1847), for Raden (2016, p. 42) and Swindler (1949, p. 223),
the diamond derives its name from the archaic Greek adamas
(δάμας), which means «indestructible». Diamond is the
hardest material in the world - that is, how well a gemstone
resists scratches and abrasion, being the only mineral with a
hardness of 10 on the Mohs Scale, 58 times more resistant than
any other natural material (Gemological Institute Of America,
2019). Diamond is also the only gem composed of just one
element, carbon, having an isometric crystalline structure and,
as a crystallographic habit, the hexoctahedral cubic system,
these factors being relevant for the creation of cuts that made
this mineral relevant in jewellery.
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As for jewellery, these reect popular sentiment (JONES,
1847). As mentioned above, the prestige of diamonds in
engagement rings dates back to the beginning of the 20th
century (Kunz, 1917). However, the establishment of the
diamond solitaire as a “tradition” occurred a few years later.
Marketing actions by a single company, De Beers, from the mid-
1930s, are established as the focal way of promotion of the gem
(Abram, 2019; Falls, 2014; Raden, 2014).
It is essential to fathom one of the elements it uses in
communicating its products to understand the marketing
structure implemented by the company: the story of the rst
engagement ring with a diamond. Dating from 1477, this piece
was attributed to Emperor Maximilian, who proposed marriage
to Mary of Burgundy, daughter of Charles the Bold, and this
gift was intended to win the admiration of Charles, a lover of
precious stones (Bergstein, 2016).
According to Waterman (2021) and Wang (2020, p.08),
this ring, made of gold, featured small diamonds that read as
an ‘M’ - the rst letter of both the bride and groom’s names. In
her wedding poem, it read “Two wills, two hearts, two passions
linked in a marriage by a diamond” (Wang, 2020, p. 08). In
addition to this information, for Bergstein (2016, p. 46), it is
crucial to mention that, before the 15th century, women rarely
used diamonds since this gem was intended for men’s ornaments.
After that occurrence, according to Kunz (1917, p. 3225),
there is mention of the use of diamonds in rings in Shakespeare’s
works, where the diamond appears in connection with an
engagement ring, presented as a sign of delity. After the 16th
century, in the Victorian period (1837 - 1901), diamonds were
used, together with other gems, in acrostic rings (Waterman,
2021; Bergstein, 2016). In this model, each gemstone is made
up of its rst letter to form a word, often “dearestor “regard”
(Figure 2) or a secret message.
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Figure 2: REGARD ring (ruby, emerald,
garnet, amethyst, ruby, diamond)
Source: Gemological Institute of America (2015).
In addition to the acrostic ring, other examples of rings are
mentioned in the literature as parts of the “emotional jewellery”,
including the gimmal, toi et moi and fede models. For Waterman
(2021), the gimmal ring was in vogue between the 15th and 17th
centuries, where - due to its design - it meant the “intertwining
of two lives through marriage”. This rst example is dened by
Kunz (1917, p. 218):
This designation is derived from the Latin “gemelli”
(twins) and indicates the form of the ornament.
Two rings are joined together by a pivot so that
when united they constitute a single ring, although
they can be easily separated. (Kunz, 1917, p. 218).
The fede ring received its name from the Italian madi in
fede (hands in faith), at the tip of its design (Bergstein, 2016;
Wang, 2020; Victoria And Albert Museum, S/D). According to
the Gemological Institute of America (2011), this piece had, as
its meaning, the immutability of a marriage. Waterman (2021)
reports that there are examples of rings with a combination of
design elements, uniting the structure of the gimmal ring with
the aesthetics of the fede (Figure 3). Finally, regarding toi et
moi, this name comes from the French - where it means “you
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and me” - and is formed by two gems, representing the union of
souls, being popular at the end of the 19th century and beginning
of the 20th century (Waterman, 2021).
Figure 3: Fede and gimmal ring, 1600/1650.
Source: Adapted from Victoria and Albert Museum (s/d).
Continuing with diamond rings used in the 19th century,
according to Bergstein (2016, p.45) and the Gemological
Institute of America (2011), in 1886, the American company
Tiffany & Co. presented the ‘Tiffany setting’, a ring conguration
which used six claws to lift a single round diamond (Figure 4).
Before this innovation, gems were set using an English setting,
using a metal band around the gemstone.
Figure 4: Tiffany setting, 1886.
Source: Tiffany & Co. (2021).
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In addition to the evolution of jewellery design, there has
also been an evolution in cutting processes. The diamond cutting
process began in the mid-14th century in India, being the only
country producing the gem at that time (Gemological Institute
Of America, 2019). However, many of the cuts currently used
only emerged at the beginning of the 20th century.
According to Ebert (1983, p.7), the brilliant cut - established
by designer Marcel Tolkowsky in 1919 - aimed to maximise the
light return of the round diamond, using specic proportions,
allowing the passage of light appropriately. In addition to its use
for the round shape, cutters began to modify the arrangement
of facets of this cut to adapt it to other shapes, with the round
brilliant cut being the most popular in the contemporary market
(Gemological Institute Of America, 2019).
Another relevant factor in the popularisation of diamonds
as an essential factor in an engagement ring was the wide
supply of gemstones. Until the second half of the 19th century,
Brazil and India were the leading diamond producers in the
world until new deposits were found in South Africa (Shigley,
2017). Through this discovery, Cecil Rhodes - British coloniser of
Rhodesia, currently corresponding to the territory of Zimbabwe
and Zambia - created what would become the largest diamond
mining company in the world, De Beers (Abram, 2019). From
the beginning, De Beers aimed to control not only the supply of
diamonds but also the perception of this product itself (RADEN,
2016). To this end, according to Abram (2019), the company
controlled the distribution of diamonds, having its production
and purchasing what was produced by other mines, eventually
holding 90% of the diamonds at the beginning of the 20th
century in South Africa.
De Beers also intended to promote another illusion: that
diamonds were necessary, stimulating people to buy diamonds
fuelled by emotions based on the idea that this product was not
purely frivolous (Raden, 2016; Abram, 2019; Bergstein, 2016).
However, with the crisis of 1929 in the United States and the
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Second World War, consumers were unable to buy jewellery and
could sell what they had acquired in previous years, changing
the economic conjuncture that De Beers had established within
that market.
According to Abram (2019), to settle this issue, De Beers
hired a marketing company, N.W. Ayer & son, which came up
with A diamond is forever”. For Bergstein (2016, p.102), the
campaigns had the concept of attributing prestige and romance
to the gem, evoking an idea of tradition, to the detriment of the
notion of the diamond being something recent. Regarding the
advertisements produced by N.W. Ayer & Son, the author also
reports that:
[…] they came up with four objectives for the ads.
One: “To protect and encourage the engagement
ring tradition. Two: “Restore diamonds and
diamond jewelry to a position of importance in the
world of fashion.Three: “Increase sales of all types
of diamond jewelry in the general luxury market
in competition with other luxuries.Four: “Educate
the public on diamond sizes and prices.(Bergstein,
2016, P. 102-103).
According to Bergstein (2016, p. 108), advertisements in
circulation in the 1940s read texts such as:
The earth may heave. Stars may fall. The moon
may wane. Fashions may die and customs shift. But
one thing remains xed, static, forever unchanged.
And that is man’s ideal of romance. And the symbol
of man’s ideal is the diamond. (Bergstein, 2016, P.
108).
Abram (2019) states that these messages were often
accompanied by illustrations made by internationally renowned
artists, such as Picasso and Salvador Dalí (Figure 5), bringing
the message that diamonds were works of art.
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Figure 5: De Beers advertisement, with an illustration by Dalí, 1941.
Source: Abram (2019).
As a way of meeting the need for a system capable of
exemplifying the characteristics of a diamond and its relationships
with its price, the Gemological Institute of America created, in the
1930s, the 4Cs methodology (Gemological Institute Of America,
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2019). Based on the characteristics of colour, clarity, cut and
carat weight, this methodology helped to achieve the fourth
objective of De Beers advertisements, being used worldwide to
this day for the classication of diamond quality.
2.3 Contemporary Symbolic Aspects
The De Beers company (2019, p.14) indicates that
diamonds “enable people to express an increasingly wide range
of emotions and moments, but love is still the central point of
symbolism”. When dealing with the contemporary use of diamond
engagement rings, based on data from De Beers (2019, p.), in the
1930s, around 10% of American women received engagement
rings having a diamond as the core stone.
After the advertisements, the number reached 80% in the
1990s, remaining stable until 2017, when the research was
carried out. Due to the success of its campaign, Abram (2019)
states that De Beers used campaigns with the same concept
in Japan in 1970 and in China in 1990, countries that did not
have the habit of using the jewellery in question, culminating in
results like those from the USA.
A survey by De Beers (2019, p.18) also revealed that
“many couples chose a diamond engagement ring to follow
tradition”. Among other current research, the company The
Knot (2021) published in its annual report that, considering USA
brides who received engagement rings, 86% of the rings had a
diamond as a central gemstone. In a survey by Statista (2013),
that took place in Germany, diamonds proved to be the most
desired gemstone for 50% of respondents.
Sallie Westwood (2002, apud Falls, 2014, p.103) believes
that De Beers’ campaigns promote an idea based on symbolic
associations related to romance, status, and heterosexuality.
However, according to data from De Beers (2019, p.10), 72%
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of same-sex couples strongly associate natural diamonds with
loving and memorable events, including marriage proposals.
This fact, in addition to the desire of some women to propose
to their boyfriends, culminated in the creation of engagement
ring collections for men (Bonos, 2021), such as the one created
by Tiffany & Co. in 2021, illustrated in Figure 6, 135 years after
the creation of the Tiffany setting.
Figure 6: Tiffany & Co. men’s rings collection, 2021.
Source: Bonos (2021).
To say that a diamond means “love” or “romance” is to
treat it symbolically, considering that the meaning of a sign is
procedural, linked to a dynamic context generated through chains
of associative meaning, and can have varied interpretations
in different contexts, and semiotic beliefs (Falls, 2014). What
creates meaning for users from the diamond, such as memories
and emotions, are unknown to other social groups who interpret
their poses based on generic meanings, associating the product
with consumerism, where money is equivalent to the experience
caused by an emotion.
Falls’ (2014) statements resonate with the results of studies
by Leaf van Boven (2010, apud Hassenzahl, 2011), where the
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association of negative stereotypes with people with materialistic
tendencies was identied. A diamond ring is the maximum
representation of a positional asset, being just a status symbol
(Raden, 2016). Despite possible negative interpretations, some
interviews presented in the works of Abram (2019) and Falls
(2014) indicate that the diamond fulls its role of materialising
the idea of romance. That occurs as interviewees mentioned
a range of positive emotions they felt when they received
their diamond engagement ring, and which they continue to
remember, because of this symbolic object that they carry daily.
3. CONCLUSION
With its symbolism as its main attribute, the engagement
ring has a long history that has its initial use attributed to
citizens who were part of the Roman Empire. With the addition
of diamonds many centuries later, the ring used for engagement
went through several different designs, until reaching the
solitaire, the most used today. Since its popularisation in the
rst half of the last century, the diamond has remained the
most popular gemstone, maintaining its commercial importance
stable since then.
As for the diamond itself, it took shape as the materialisation
of indestructible love, as the name of the gem suggests, entirely
relating to the ideal of romantic love. The differential aspects
of this gem, in terms of its physical attributes of hardness and
high light dispersion, in addition to its apparent rarity, made it
the ideal candidate to take the central place in a jewel that is
presented to someone essential in the life of the person who
gives it.
Within the limitations of this work, there was a lack of
materials regarding the sale of diamond rings in the Brazilian
market, where the authors are located. This limitation led to
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an analysis that mainly considered aspects of the culture of
countries in the northern hemisphere, located in America, Asia,
and Europe. Among the countries mentioned during the research,
there is a focus on the United States, where the incentive to
consume diamonds in conjunction with engagement rings began,
promoted by the different campaigns of the company De Beers,
and research continues to be carried out in that country on the
subject frequently.
Despite having a manufactured bias through the marketing
of the diamond industry in the 20th century, the induction and
association of positive emotions and the idea of romance with
the gem and jewellery were successful. The use of this product
is a tradition that has remained strong for a few generations,
adapting to different designs, where each one is assigned a
meaning. Finally, in the same way that customs were created in
the 20th century, new habits are established in the 21st century,
highlighting not only the technical advances that occurred within
this century but also the cultural and organisational changes in
society.
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