A Cor Do Traje Da Baiana E Suas Leituras Contemporâneas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5965/1982615x12262019037

Palavras-chave:

cores do traje da baiana, releituras do traje da baiana, traje da baiana

Resumo

O artigo analisa as variações cromáticas do traje tradicional da baiana sofridas ao longo das últimas décadas por interpretações da indústria do entretenimento (Carnaval), de criadores artesãs baseadas no conceito de upcycling e do turismo ou receptivo. Tem como propósito estabelecer um paralelismo estético-simbólico entre sua composição matricial que inclui um conjunto de peças vestimentares, torso, acessórios e calçado (LODY, 1996, 2003) e as derivações sucedidas à margem do seu contexto sociorreligioso de origem, com as novas morfologias e cores apresentadas pela mídia televisiva, observadas em exposições e no cotidiano das ruas de Salvador. Partindo do pressuposto de que o traje tradicional representa uma identidade afro-brasileira derivada de uma conjuntura sociorreligiosa na qual a cor é um elemento fundamental (LODY, 1996, 2003), pretende-se buscar na sua ontologia as referências fundamentais à interpretação de suas recentes morfologias e significados atribuídos pelas cores, incorporação de materiais e subtração de elementos de sua composição original.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isabel Catarina Suzart Argolo, Universitat Politècnica de València

Catarina Argolo, livre-pesquisadora (em artes visuais, design de moda e indumentária), artista, docente (Studio Catarina Argolo), doutora em Artes visuais pela Universidade Politécnica de Valência, Espanha, (2009), graduada em Artes Plásticas pela Escola de Belas-Artes (UFBa, 1991). Publicação recente na Revista Visualidades, v.16, n.2 (DOI: https://doi.org/10.5216/vis.v16i2.46915)

CV LATTES: http://lattes.cnpq.br/3617277916031540

Referências

ADOLF, Sérgio P. O simbolismo das cores no candomblé de Congo-Angola. Disponível em: Acesso em: 23 ago 2014.

AMADO, Jorge. Dona Flor e seus dois maridos. Porto: Público Comunicação Social, 2002.

CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da; JULIÃO, Carlos. Riscos illuminados de figurinhos de brancos e negros dos uzos do Rio de Janeiro e Serro do Frio: aquarelas por Carlos Julião. Rio de Janeiro: Biblioteca nacional, 1960.

DEBRET, Jean Baptiste. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Tradução e notas Sérgio Millet. Tomo I (volumes I e II). 3. ed. Rio de Janeiro: S. A., 1989.

FERREIRA, Luís Felipe; ARAÚJO, Vânia Maria Mourão. Tradição e modernidade no traje da baiana de escola de samba. Visualidades, Goiânia, v.10, n.1, p. 301-315, jan-jun 2012.

KILEUY, Odé; OXAGUIÃ, Vera de. O candomblé bem explicado: nações bantu, ioruba e fon. Rio de Janeiro: Pallas, 2009.

LARA, Silvia Hunold. Mulheres escravas, identidades africanas. I Simpósio Internacional: o desafio da diferença. GT 3. Mulheres africanas: experiências e percursos. UFBA, 9a 12 de abril de 2000.

LODY, Raul. O que que a baiana tem: um traje nacionalmente brasileiro. Comunicado aberto, abr.,1996.

______. O que que a baiana tem: pano da costa e roupa de baiana. Rio de Janeiro: Funarte/ CNFCP, 2003b. (Catálogo da exposição realizada na Sala do Artista Popular no período de 27 de março a 27 de abril de 2003).

MAGTAZ, Mariana. Joalheria brasileira: do descobrimento ao século XX. São Paulo: Mariana Magtaz, 2008.

McDONOUGH, William; BRAUNGART, Michael. Cradle to cradle: remaking the way we make things. Nova Iorque: North Point Press, 2002.

MONTEIRO, Aline Oliveira Temerloglou. Para além do “traje de crioula”: um estudo sobre materialidade e visualidade em saias estampadas da Bahia oitocentista. 2012. 190 f. Dissertação (Mestrado em Cultura Visual) – Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

REGO, Rafaele. Dia da baiana: o IBahia mostra o passo a passo para se tornar uma legítima baiana. Disponível em:

-se-tornar-uma-legitima-baiana/?cHash=730ac043ce8b318af117683ffec6e385> Acesso em: 02 fev. 2014.

SIAMONGA, Elliot. African women and the significance of a head-wrap (Dhuku). Disponível em: Acesso em: 20 mar. 2017.

SILVA, Valéria Piccoli Gabriel da. Figurinhas de brancos e negros: Carlos Julião e o mundo colonial português. 2010. Tese (Doutorado em História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

THEODORO, Helena. Guerreiras do samba. Textos escolhidos de cultura e arte populares. Rio de Janeiro, v.6, n.1, p. 226-236, 2009.

TORRES, Heloisa. A. Alguns aspectos da indumentária da crioula baiana. Cadernos Pagu, Campinas: Unicamp, v. 23, jul-dez, 2004.

TURANO, Gabriel da Costa. A visualidade das escolas de samba na década de 30: inovação, transformação e reconfiguração. Textos escolhidos de cultura e arte populares, Rio de Janeiro, v.8, n.2, p. 133-142, nov. 2011.

VELOSO, Mônica P. As tias baianas tomam conta do pedaço: espaço e identidade cultural no Rio de Janeiro. Revista de Estudos Históricos, v.3, n.6, FGV, 1990.

Downloads

Publicado

2019-10-01

Como Citar

ARGOLO, Isabel Catarina Suzart. A Cor Do Traje Da Baiana E Suas Leituras Contemporâneas. Modapalavra e-periódico, Florianópolis, v. 12, n. 26, p. 37–67, 2019. DOI: 10.5965/1982615x12262019037. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/15080. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Variata